SISMUC repudia pedido da iniciativa privada para não votar piso salarial da enfermagem

Em
uma manifestação de desvalorização com a luta dos profissionais
da enfermagem, nesta semana entidades que representam a iniciativa
privada que atuam na área da saúde enviaram um ofício ao
presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, pedindo
que
não
entre na pauta de votação o projeto de lei 2.564/2020 que está em
tramitação no Senado e deve ser votado em breve.

O projeto foi apresentado pelo senador Fabiano Contarato (REDE/ES) em
2020 e atualiza a lei 7.498/1986.

O
pedido é um desrespeito com a categoria que luta há anos para
garantir o piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem que desde o início da pandemia de Covid-19 estão na
linha de frente do atendimento.
A
proposta fixa piso o salarial de R$ 7.315,00 para enfermeiros, R$
5.120,50 para técnicos e R$ 3.657,50 para auxiliares e parteiras,
para uma jornada de 30 horas semanais de trabalho.

Usando
a pandemia como desculpa e alegando falta de recursos, impacto social
e econômico para sociedade, o pedido foi assinado pela Associação
Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), Associação
Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE), Associação Nacional de
Hospitais Privados (ANAHP), Confederação Nacional das Cooperativas
Médicas (UNIMED), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde),
Confederação Nacional das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais
e Entidades Filantrópicas (CMB), Federação Brasileira de Hospitais
(FBH) e Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

O
SISMUC repudia a atitude que demonstra o lobby dos empresários do
setor para garantir seus lucros às custas do trabalho dos
profissionais que
dedicam
horas de estudos para se formar e depois recebem salários baixos e
são empurrados para fazer dupla jornada pra garantirem um salário
digno.

O
argumento de prejuízo para as empresas não se sunstenta, pois
planos de saúde e hospitais continuam lucrando, mesmo com a
pandemia. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde (ANS),
considerando os primeiros nove meses de 2020, as operadoras de planos
de saúde tiveram
lucro
líquido de R$ 15 bilhões e o grupo formado pelos 122 maiores
hospitais privados do país encerraram o ano passado com lucro
líquido de R$ 30,6 bilhões.
(Fonte:
COREN-DF)

Na
saúde
pública, os empresários, com apoio dos governos, têm avançado na
administração de unidades de saúde e hospitais públicos,
precarizando os serviços e atendimento para população, e
garantindo seus lucros.

É
o que já acontece em Curitiba. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
CIC que foi terceirizada pelo desprefeito Rafael Greca em 2018 e
não
atende casos de grande complexidade, faz com que o usuário, em
muitas situações, tenha que procurar outros equipamentos da saúde
para receber o atendimento que precisa.

Com a pandemia,

Greca quarteirizou as UPAs Boqueirão e Fazendinha,
abrindo
espaço para
que
a fundação estatal (FEAS) contrate uma empresa para assumir as
unidades.
(Clique para saber mais)

Sindicato
lembra que foi com muita luta e mobilização que os servidores
públicos municipais da enfermagem conquistaram as 30 horas semanais,
porém a luta pelo salário digno continua.

É
preciso valorizar os profissionais da enfermagem que estão na linha
de frente do combate à pandemia do novo coronavírus, decicando suas
vidas para salvar pessoas.

Queremos
salários dignos para os profissionais da enfermagem. Aprova já
PL2564/2020.

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