Ex-Candidatos a prefeito de Curitiba são contra Pacotaço de Greca

O prefeito Rafael Greca (PMN) pode se achar o dono da cidade. Ele
tenta impor, junto com a sua base, o pacote de maldades que congela
salários dos servidores, plano de carreiras, saca R$ 600 milhões da
previdência, além de limitar os investimentos em 70% da receita
corrente líquida, o que achataria o serviço público e a prestação
de serviços à população em curto prazo. De outro lado, o prefeito
não torna transparente quem são os devedores da Prefeitura de
Curitiba tampouco quais são as empresas que ele deseja pagar com os
recursos retirados do IPMC.

O modelo neoliberal de Greca não encontra apoio nos candidatos a
prefeito de Curitiba que disputaram a eleição com ele em 2016.
Greca é classificado como “mentiroso”, pois “vendia” uma
realidade a população que não seria aplicada. O famoso “vender
terreno na lua”. Já é clássico uma propaganda dele dizendo que
não ia mexer em nenhum direito dos servidores públicos,
principalmente sua previdência. No entanto, essa é a política
adotada pelo gestor.

A postura de Greca é criticada pelo ex-prefeito Gustavo Fruet, pelos
deputados estaduais Tadeu Veneri e Requião Filho, além de Ney
Leprevost, que disputou o segundo turno eleitoral. Gustavo Fruet é
um dos principais criticos de Greca. Ele condena a deturpação dos
números para justificar o pacotaço. Para Fruet, Greca empurra para
frente os problemas da cidade, priorizando os patrocinadores de
campanha.

“Pela primeira vez na história a Câmara de Curitiba é cercada
para garantir aprovação de projetos do prefeito Rafael Greca. O que
está em jogo neste caso é como se constrói uma mentira. Promessas
de campanha X projetos na Câmara. Importante lembrar que projetos
não mexem só com carreira de servidores, como afirma a atual
gestão. Todos serão impactados por reajustes. Lembrando o maior
aumento da história da tarifa de ônibus. Ao contrário do que foi
prometido na eleição. Pacote não resolve situação. Objetivo é
apenas garantir recursos imediatos para investimentos no curto prazo,
gerando novo passivo. Mais uma vez, estão armando bomba-relógio
para futuras gestões”,
alerta.

O deputado estadual Tadeu Veneri é outro a condenar Greca. Ele foi
vereador em 1999, quando presidiu uma investigação sobre o IPMC. Na
época, alertou que o Instituto estava sendo mal gerido pelos
prefeitos da época: Cássio Taniguchi e Greca. “O projeto retira
direitos e aumenta valores de impostos e da taxa de lixo. O prefeito
quer retirar R$ 600 milhões para pagar as suas promessas de
campanha”, destaca. Veneri também cobrou a falta de diálogo
neste momento tão delicado: “Vamos parar a degustação de vinhos
em Buenos Aires e conversar com os servidores e discutir as medidas
com a população”,
disparou
Veneri
.

O PSD, partido de Ney Leprevost, também condena a forma como o
pacotaço tem tramitado na Câmara de Vereadores. Na segunda-feira,
dia que começou a greve, sua comissão executiva divulgou uma nota
em que afirma ser um “estelionato eleitoral” as ações de Greca.
O partido também destaca a elevação de impostos e que a sociedade
“não suporta mais isso”.

“O PSD Curitiba é contra aumento de impostos, contra taxação de
aposentados, contra suspensão de direitos adquiridos pelos
servidores municipais e contra qualquer atitude que traga novos ônus
à população”, defende a nota.

Já o Partido dos Trabalhadores, em nome do presidente municipal,
André Machado, e estadual, Doutor Rosinha, defendeu a greve e a
manifestação dos servidores públicos. “A maioria dos vereadores
decidiu votar os projetos em regime de urgência, sem diálogo ou
respeito aos servidores e à população. A única alternativa aos
trabalhadores municipais foi a greve e a ocupação do prédio da
Câmara Municipal. O PT e sua vereadora na Capital, Professora
Josete, expressam sua solidariedade à luta dos servidores e seus
sindicatos e exigem a retirada do pacotaço de tramitação. Não
vamos aceitar retrocessos!”.

O deputado estadual Requião Filho também questionou o prefeito.
Utilizando o material do Sismuc “
Cadê
o prefeito que não faz nada
”, ele disse “desde que assumiu a
prefeitura, ele não cumpriu suas promessas”. Requião disse que a
maior obra de Greca não foi lavar as calçadas ou aumentar a tarifa
do transporte público em 300% acima da inflação, além da Balada
protegida, que atende os bairros ricos de Curitiba. Para o deputado,
“promessas fáceis de campanha tornam uma administração séria
bem difícil. A gestão Greca é apenas de propaganda”, concluiu.

Sem Fidelidade partidária

Embora partidos como PT, PMDB, PSD, PV e PDT, que disputam a última eleição, estejam contra o pacotaço, nem todos os vereadores seguem a fidelidade partidária. De acordo com mapeamento do Sismuc no site pacotesdogreca.sismuc.org.br, esses políticos estão na base governista e votando contra o direito dos trabalhadores.



O PSD tem Bruno Pessuti e Jairo Marcelino defendendo o pacotaço. Já Filipi Braga Cortes e Professor Euller são contra. Já a chapa de Fruet, do PDT, que tinha o PV como vice, também tem deserções. É o caso de Cristiano Santos (PV), Maria Letícia (PV), Zezinho do Sabará (PDT), Toninho da Farmácia (PDT) e Tito Zeglin (PDT). Todos esses assinaram o regime de urgência para a votação. Marcos Vieira (PDT), decidiu votar contra o pacotaço nessa semana.



ATUALIZANDO

Após a pressão de servidores contra o pacote de medidas proposto pela Prefeitura de Curitiba e suspensão da sessão que votaria quatro projetos em regime de urgência na Câmara Municipal, o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) convocou uma reunião com vereadores do partido para interpelá-los a votar contra as medidas. A reunião aconteceu na manhã desta quarta-feira (14). Se os vereadores seguirem a orientação do partido, o prefeito perde cinco votos – três deles, dos vereadores Tito Zeglin, Toninho da Farmácia e Zezinho Sabará – líder da bancada, estariam destinados a favorecer a aprovação do pacote. (Paraná Portal)

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