Intransigência de Ducci contra bom senso dos servidores

Mega aparato da polícia militar é descolado para desmontar acampamento pacífico
 
Enfim prefeito Luciano Ducci mostra sua cara. No começo desta manhã, todo o centro cívico foi cercado por mais de 100 policiais, pelo menos 20 viaturas e o choque para acabar com acampamento dos excluídos das 30 horas. Essa foi a forma que Ducci arrumou para ‘dialogar’ com os servidores em greve desde o último dia cinco: uso da força policial do padrinho político, Beto Richa.
 
Nas contas dos acampados, havia pelo menos 10 policiais fortemente armados para cada acampado. Não houve nenhuma resistência, pois essa decisão havia sido tomada em assembleia dos excluídos ontem, 27. “É um absurdo o que ocorre neste dia em frente à prefeitura de Curitiba. Enquanto a cidade está o caos, sofrendo intensamente com a violência e insegurança da população, o governador e o prefeito deslocam boa parte do efetivo da PM na capital para coibir manifestação pacífica”, disse Eduardo Recker, diretor do Sismuc.
 
A diretora de comunicação do Sismuc, Alessandra Cláudia de Oliveira, recebeu a ordem judicial, que só foi entregue após o acampamento ter sido desmontado. Ela também questionou a forma como Ducci dialoga com os servidores públicos e com a população. “O sinal está dado. O prefeito trocou o diálogo conosco pela força da polícia, ou seja, o bom senso pela intransigência. E acho que ele vai fazer isso com qualquer cidadão que se opor ao seu regime. Hoje, também, mais uma mentira desse prefeito é revelada, pois estamos sendo notificados somente nesta manhã”, contou Alessandra. Ducci havia divulgado já na sexta-feira e ontem novamente, à mídia,  que o Sismuc descumpria decisão judicial. O que comprovou ser mentira.
 
Para o Sismuc, o prefeito tentando acabar com o direito dos servidores com relação a isonomia, a data-base, que garante o reajuste da inflação e agora o direito de livre manifestação e de ir e vir dos excluídos das 30 horas.  Postura que remete ao tempo da ditadura. “Ele (Ducci) fala que a gente atrapalha a entrada da prefeitura, mas foi ele mesmo que mandou fechar a entrada”, lembra Alessandra.
 
Desocupação
A postura ditatorial do prefeito de Curitiba provoca indignação no farmacêutico Eduardo Marques. Para ele, além de excluído do projeto das 30 horas sem qualquer justificativa, agora os excluídos estão perdendo o direito de denunciar a discriminação nesta governo. “A minha sensação hoje é de indignação. A força policial que havia aqui não existe nem em rebelião do presídio Piraquara”, compara Eduardo. No mandado, a juíza Carolina Delduque enfatiza: “defiro o uso de força policial, se for necessário”, ou seja, se o movimento não fosse pacífico, a agressão estava autorizada.
 
Jurídico
O assessor jurídico do Sismuc já recebeu cópia da intimação e está avaliando o conteúdo para dizer onde é possível a livre manifestação, conforme Constituição Federal, e como o Sismuc vai recorrer da decisão. Enquanto isso, os excluídos seguem reunidos na Praça Santos Andrade informando a população de mais essa atitude antidemocrática.
 
Atualização jurídica
"A decisão é pala manutenção contra estrutruras físicas, carros em locais probidos (inclusive o caminhão de som). Não obstruir trânsito nos locais mencionados. A manifestaçao pacífica de pessoas e que não cause transtorno a decisão diz que é um direito". Ludimar Rafanhim – advogado Sismuc.


Observação:
Mantida lavagem da rampa da prefeitura às 15 horas.