Greve da Saúde começa na segunda-feira em todas as unidades

A comissão eleita na assembleia da saúde ontem (26) foi convidada pela Secretaria Municipal de Saúde para negociar os termos do Plano de Contingência da Prefeitura frente à greve. A administração queria as Unidades Básicas de Saúde funcionando com 30%, mas a comissão negociou, baixando para 20% “do quadro de trabalhadores lotados e em efetivo exercício na unidade”.

O ponto sobre as UPAs ficou sem acordo. No primeiro momento, a gestão queria manter 100% do quadro, ou seja, proibir a greve naqueles equipamentos, o que seria inconstitucional. Os representantes dos trabalhadores propuseram 50%, o que também foi rejeitado pela administração. Passado algum tempo, veio a segunda proposta de Adriano Massuda, que não falava em porcentagem, apenas previa que os servidores cobrissem todos os postos de trabalho.

“Essa parecia uma proposição digna e daria liberdade para os trabalhadores organizarem as escalas durante a greve. Afinal, sabem melhor que ninguém como cuidar da saúde da população e não permitiriam nenhuma desassistência”, comenta Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc.

Mas a administração foi irredutível com relação ao número de trabalhadores. Tinham que ser 12. A categoria argumentou que isso sequer ocorre no dia a dia, pois faltam funcionários nos locais de trabalho. “A gestão vai contratar mais gente para chegar a esse quadro?” perguntou uma servidora. Mesmo assim, não houve acordo e restou aos trabalhadores se submeterem à imposição de Massuda.

Residências Terapêuticas e Caps, ficou decidido o seguinte: no período diurno, manter 20% do quadro; no período da noite, manter equipe da escala.

Já para todos os demais serviços e equipamentos, é livre a adesão à Greve da Saúde.

Mais de 4 horas de reunião e boatos

Na terceira hora, já chegavam à comissão boatos de que teria havido um acordo para encerrar a greve. Foi preciso fazer ligações e mandar mensagens em meio à reunião para desmentir a falsa notícia. Além disso, o Sismuc recebeu ligações de membros da Imprensa pedindo a posição do sindicato sobre o Plano de Contigência que ainda estava em negociação.

“Foi surreal. Que tipo de credibilidade podemos esperar de uma administração que divulga sua versão de fatos que ainda estão em plena negociação com a categoria?” questiona Irene. É que, antes do fim da reunião, o secretário já orientava chefias a fazer o que ele havia determinado, mesmo que isso ainda estivesse em aberto, oficialmente. “Isso é negociar ou enrolar?” apontou outra servidora.

Serviço

Greve da Saúde – Concentração
Data: 30 de março
Hora: 9:00 horas
Local: Praça Santos Andrade