Há quatro anos, no dia 26 de junho, acontecia sob forte
repressão policial a votação do pacotaço de ajuste fiscal do desprefeito Rafael
Greca. Os servidores municipais jamais esquecerão desse dia, que foi
marcado pelo congelamento dos salários e das carreiras de milhares de
trabalhadores. Mas, que também será sempre lembrado como um dia de luta
e resistência!
A votação, que foi covardemente transferida para
a Ópera de Arame às pressas, contou com mais de 1,5 mil policiais para conter a
manifestação dos servidores. E foi assim que os trabalhadores que deveriam ser
ouvidos foram duramente reprimidos com bombas, gás lacrimogênio e spray de
pimenta. Mais de 30 servidores ficaram feridos.
Além de ter congelado os planos de carreira e
autorizado a retirada ilegal de R$ 695 milhões do Instituto de Previdência dos
Servidores do Município de Curitiba (IPMC), a votação na Ópera de Arame
também aprovou o aumento progressivo da alíquota do IPMC, que passou de 11% em
2017 e chegaria a 14% em 2023.
Nos últimos quatro anos, nossa previdência
continuou sendo alvo de sucessivos ataques. O aumento da alíquota de 14% acabou
sendo antecipado para 2020. Greca pegou carona na Reforma da Previdência imposta
por Bolsonaro em 2019 para acelerar esse aumento e, com apoio dos vereadores da sua base, impôs a alíquota
de 14%três anos antes do previsto. Já a cota patronal, aquele valor que
é repassado pela Prefeitura, teve calote. O repasse ficou suspenso por seis
meses em 2020!
Neste ano de 2021, tivemos acesso a um estudo que
a gestão Greca fez sobre o IPMC que ataca brutalmente a aposentadoria dos
servidores ativos e inativos (clique aqui para ler) . E em audiência pública de
prestação de contas na Câmara Municipal, o secretário de Planejamento, Finanças
e Orçamento, Vitor Puppi, confirmou que a gestão estuda um reforma na
previdência dos servidores municipais, seguindo a desumana Reforma da
Previdência feita por Bolsonaro.
A pandemia
escancara a verdade sobre Greca
Desde a aprovação do pacotaço, a Prefeitura diz
que a medida de ajuste fiscal ajudou as finanças do município, conseguindo,
inclusive, ampliar a capacidade do serviço público. Mas basta olhar para a
realidade para perceber que esta não passa de mais uma mentira do desprefeito.
Com o foco em se reeleger, Greca e sua turma
aproveitaram da pandemia para tentar passar a sensação de que Curitiba é um
verdadeiro mundo de faz de conta! A própria Secretária de Saúde admitiu
que o número de servidores não é suficiente para continuar atendendo a
população. Com
essa informação, em vez de chamar os servidores já aprovados nos
concursos públicos, a administração avançou no desmonte com o aumento das
contratações precarizadas via Processo Seletivo Simplificado (PSS).
Além disso, os servidores seguem fazendo seu trabalho durante a pandemiacom
os salários e Planos de Carreira congelados, além da intensificação dos ataques
aprovados no pacotaço. E, embora o atendimento à população continue sendo uma
prioridade, a estrutura para esse atendimento está completamente sucateada.
Essa não é a realidade que Greca quer
mostrar, e se ele não faz, nós fazemos!
Há quatro anos o pacotaço era aprovado, e
hoje, colhemos os frutos de um projeto de ajuste fiscal que colocou na conta
dos trabalhadores o pagamento pela crise. Nós não esqueceremos a
violência e o desrespeito da gestão Greca. Os servidores municipais continuam
na luta!