Na
última sexta-feira (21), a Fundação de Ação Social (FAS)
comunicou a perda de mandato da conselheira tutelar Aline Castro. Aline
foi eleita em 2019 e perdeu a função por ter um vídeo pessoal vazado
na internet em que gritava “Lula Livre.” Ela e a colega Rosana
Kloester, também conselheira, são vítimas de uma política da
Prefeitura de Curitiba que censura os trabalhadores. O SISMUC, como local de amplo debate político, se solidariza com a
situação de Rosana e de Aline.
Além
de terem um vídeo pessoal divulgado sem autorização, o trabalho de
ambas foi julgado a partir de uma manifestação política. Na
época, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente
(Comtiba) julgou que as trabalhadoras não possuíam “Idoneidade moral” para assumir o cargo, ou seja, que não possuíam dignidade
para realizar seu trabalho.
O
Comtiba baseou seu juízo de valor sobre as trabalhadoras
exclusivamente por terem se manifestado politicamente em um vídeo de
cunho pessoal, ignorando as necessidades da população e o
importante trabalho realizado por ambas. Além disso, Aline e
Rosana ainda tiveram que suportar, sem nenhum auxílio psicológico,
os ataques gerados a partir da divulgação do vídeo, Aline
inclusive sofreu injúrias raciais.
Ambas
não desistiram e tiveram que recorrer à justiça para garantir o
direito ao seu mandato, mesmo tendo sido eleitas pela população. Em
abril de 2021, a liminar que garantia o mandato de Aline caiu e a FAS
deixou claro que segue o mesmo jogo de interesses da gestão Greca, tirando o mandato da trabalhadora. A liminar de Rosana caiu em fevereiro de
2021, porém, felizmente ela ainda segue no cargo.
Fica
cada vez mais claro que em Curitiba o que domina são as vontades da
gestão Greca e os acordões políticos, alinhados com uma política
neoliberal e que exalta práticas de censura, assim como o governo
Bolsonaro. As denúncias sobre assédio moral e a postura
antissindical nos locais de trabalho deixam muito claro que o que os
governos querem é acabar com qualquer tipo de manifestação
política dos trabalhadores.
Aline,
como os demais conselheiros do município, lida com a população em
vulnerabilidade social todos os dias e desempenha um papel
extremamente necessário para a vida dos trabalhadores e
trabalhadoras em um país sem auxílio emergencial, com altas taxas
de desemprego e miséria.