Prefeitura falha ao não garantir vacinas para trabalhadores da FAS

Os servidores da
Fundação de Assistência Social (FAS) continuam esquecidos e
desassistidos pela gestão. Mesmo sendo atividade essencial, os trabalhadores estão sem prioridade para vacinação contra
Covid-19,  e estão em risco de contaminação
pelo novo coronavírus em função das dificuldades estruturais nos
prédios da FAS e a falta de equipamentos de proteção individual (EPI)
adequados, entre outras situações.

Conforme denúncias
recebidas pelo Sindicato, já ocorreram surtos de Covid-19 em ao
menos três equipamentos. Na última semana estavam afastados oito
servidores do Centro de Encaminhamento Social 24 horas; seis do
Centro POP Jardim Botânico, e outros quatro trabalhadores de um terceiro equipamento.
Mesmo com
o afastamento dos trabalhadores por terem confirmado a doença, os
prédios, que são locais de trabalho, não passaram por sanitização,
nem os colegas foram testados.

Há cerca de
15 dias atrás, haviam casos de servidores em equipamentos da
Regional Boqueirão que não foram afastados e nem testados após
terem colega que testou positivo pra Covid-19.

Risco no local de
trabalho sem garantia de vacinação

O plano municipal de
vacinação já imunizou os trabalhadores que atuam com idosos na
assistência social em equipamentos particulares mas não garantiu a
imunização dos servidores municipais que realizam trabalho
semelhante nas Unidades de Abrigo Institucional (UAIs)
que acolhem
idosos, adolescentes e outros.

Os servidores da FAS , que trabalham com acolhimento, estão trabalhando diuturnamente sem parar desde março de 2020. Eles estão correndo riscos toda vez que os adolescentes saem das Unidades
e são recebidos de volta. Isso coloca todos em situação de risco,
inclusive os adolescentes que estão na Unidade. 

Os servidores dos
Centros de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) , dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e da Abordagem também estão
em risco no ambiente de trabalho!

Mesmo diante de tantos riscos, os servidores da FAS não foram lembrados como prioridade na vacinação.

O SISMUC, desde o
início da pandemia, considera os trabalhadores da área da
assistência social como linha de frente no combate ao coronavírus.

Isso porque nos CRAS e nos CREAS o fluxo de pessoas que buscam
atendimento diariamente é alto. Nas unidades de acolhimento a
situação é ainda mais crítica, já que nesses espaços muitas
vezes não há condições para manter o distanciamento e condições
adequadas de higiene, já que faltam trabalhadores de limpeza e
algumas vezes falta até água para lavar as mãos. As denúncias
recebidas estão sendo encaminhadas para o Ministério Público do
Trabalho (MPT).

Atividade
essencial

Os governos
garantiram que a assistência social é uma atividade essencial, mas não
incluíram os trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) na prioridade para vacinação.

Na esfera federal,
de acordo com o Decreto nº 10.282, de 20 de março de 2020, que
regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, os serviços
da assistência social são considerados serviços essenciais e,
portanto, devem permanecer em funcionamento.

Já o governo do
Paraná, no decreto nº 7.145/2021, que tornou públicas as medidas
de proteção contra o coronavírus para municípios da Região
Metropolitana de Curitiba, trouxe entre as suas determinações a
manutenção dos serviços de assistência social como essenciais,
sem prever a vacinação dos trabalhadores da área.

Se são serviços
essenciais,
ainda mais diante do agravamento da crise econômica e do
desemprego durante a pandemia, porque os trabalhadores do SUAS não são
incluídos na prioridade para vacinação?

O resultado desse
descaso, infelizmente, resulta no adoecimento dos trabalhadores e, em
casos mais severos, em óbitos causados pela Covid-19. Mesmo diante
das notícias de óbitos de educadores sociais em decorrência do
coronavírus, a vacinação ainda não foi garantida.

Os servidores da FAS
querem vacinação já
para salvar vidas.