Contra perseguição política: nota de apoio à Camila Marques

Em abril de 2019, a professora Camila Marques foi presa
injustamente em sala de aula no campus de Águas Lindas, do Instituto Federal de
Goiás. Camila é mulher, diretora do Sinasefe e militante da Intersindical.

Na época, a polícia civil invadiu a aula da professora e com
extrema truculência tentou retirar alunos de sala de aula. Com coragem e em
defesa de seus alunos, Camila reagiu à violência e gravou a cena. A polícia
então agrediu física e verbalmente a professora, que acabou sendo presa.

O absurdo da ação policial foi referendado pelo reitor do Instituto
Federal de Goiás, Jerônimo Rodrigues, que abriu um processo administrativo e
disciplinar contra a professora, podendo causar sua demissão. Como se não
bastasse a violência policial, Camila ainda tem que lidar com a perseguição
política causada pelo descontentamento dos reitores que se alinharam ao governo
federal.

A prisão arbitrária da professora e a perseguição
política é mais um dos exemplos dos tempos difíceis em que vivemos e tem nítida
referência a projetos que tentam censurar os professores em sala de aula, como
a Lei da Mordaça.

O que querem é propagandear a imagem de um professor
infrator, que será sempre vigiado em sala de aula. É um movimento de perseguição
e não podemos aceitar que aconteça com Camila e com nenhum outro professor ou
professora.

Repudiamos qualquer ação de punição ou censura, a repressão
policial e a perseguição política são atos inaceitáveis. Todo nosso apoio à
professora Camila Marques, e a todos os professores e professoras que buscam no
seu cotidiano construir a educação pública, gratuita e de qualidade.