Diante do quadro insuficiente de servidores para atendimento
da população na área de saúde, a notícia sobre a adesão de Curitiba ao Programa
Saúde na Hora, do Ministério da Saúde, provocou uma série de questionamentos nos
trabalhadores. Quais equipes vão atender no horário estendido? Serão chamados os
aprovados em concursos de enfermeiros e técnicos de enfermagem que ainda não
foram convocados?
Serão colocados os futuros servidores do regime PSS para atender? Ou
pretende-se remover os servidores estatutários de onde estão lotados hoje para o
horário estendido e colocar os PSS no lugar dos servidores? O que nos parece é
que a Prefeitura vai colocar os funcionários
do PSS nas UPAs e remanejar os profissionais para cobrir o horário
estendido nas unidades básicas.
E os médicos para atender serão com os contratos temporários
e precarizados do FEAES e/ou PSS? Os médicos vão ficar? Enfermeiros ? Ou o atendimento
vai ficar para os técnicos de enfermagem?
Haverá segurança nas USs durante o horário estendido?
A realidade é de falta de servidores para atender no horário
normal das 7h às 17h e como vai ficar no horário estendido? Tem dias que são 12
servidores, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agente
administrativo para dar conta do atendimento de uma UPA, que em média faz 450
atendimentos diários.
Atualmente a Prefeitura já conta com 41 unidades de saúde com
horário estendido até às 19h. Com a adesão ao programa federal serão 44
unidades, e que fazem atendimento de saúde familiar (ESF e NASF), programas que
estão sendo desmontados pela gestão Greca. Em 2018 foram quatro ESF desmontadas e
o atendimento do NASF ampliado sem aumento da equipe e sem espaço físico para
realização dos atendimentos.
Recurso extra
A ampliação do atendimento é um benefício para toda
sociedade, mas a realidade do trabalho e a falta de investimento em material
humano e estrutura dos equipamentos torna a iniciativa apenas uma ação para a Prefeitura
receber mais dinheiro do Governo Federal, uma vez que a adesão ao programa implica
em recursos extras no valor de R$ 22,8 mil para Unidades da Família com carga
de 60 horas sem atendimento odontológico, ou R$ 31,7 mil para US com
atendimento de saúde bucal no horário estendido.
Os recursos extras seriam para melhorar os salários dos
servidores – que está defasado – e
resgatar o plano de carreira congelado? Será para investir na estrutura dos
equipamentos? Para aquisição de materiais e insumos de melhor qualidade? Terão
agulhas suficientes para aplicação de vacinas?
Vale ressaltar que serão os servidores que vão fazer o
atendimento e seriam os merecedores de reconhecimento pelo serviço prestado. Os
futuros servidores PSS, com contrato temporário, terão que
passar por treinamentos para assumirem e sabemos que todo novo trabalho é um
desafio, ainda mais em um ambiente que vem sendo precarizado e sofrendo forte assédio
moral e público da administração municipal.
É hora dos servidores se unirem na luta por melhores
condições de trabalho e paralisarem as atividades nas UPAs e USs no dia 14 de
junho, dia de greve nacional da classe trabalhadora. Só a luta dos trabalhadores
unidos garante vitórias.
A greve geral é o momento de mostrarmos a força da união da
classe trabalhadora e a insatisfação com o assédio que estamos sofrendo para
dar conta do trabalho sem reclamar.
Não podemos aceitar mais este ataque ardiloso da
gestão Greca contra os servidores da saúde.