São José dos Pinhais recebe encontro nacional de Capoeira

Ocorre entre os dias 19 a 24 de outubro
o Encontro Nacional de Capoeira “Deixa o menino jogar”. Realizado pelo grupo
Capoeira Brasil, com apoio da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, o
evento ocorre no ginásio Max Roselmann (Ginásio Affonso Pena). O evento envolve
em média 400 crianças. Uma das
ideias do encontro é promover o ensino da capoeira com crianças e no ensino
infantil. Nesta entrevista com o mestre Robson Duende, ele aborda sobre a
utilização da capoeira na educação infantil e sobre o projeto social que
abrange 800 crianças em diversos munícipios.

Sismuc
– Que evento de Capoeira você vai participar e qual é a importância?

Duende – De 18 a 24 de outubro estaremos
realizando o IX Encontro Nacional Deixa o Menino jogar, em São José dos Pinhais.
Este evento envolve em média 400 crianças. Tenho participado em eventos no
mundo inteiro, nessas viagens propago nossa arte, cultura e história e divulgo
a língua portuguesa que por meio da Capoeira se espalha por todos os
continentes.

Sismuc
– Porque é importante introduzir a Capoeira na Educação Infantil?

Duende
– A Capoeira proporciona atividades atrativas nessa fase, além de desenvolver
inúmeras valências físicas imprescindíveis no desenvolvimento da criança e mais
o enriquecimento cultural e social.

Sismuc
– Quais os ensinamentos que você passa para as crianças?

Duende
– Fundamentos da Capoeira como movimento, ritmo, história, disciplina por meio
de atividades lúdicas desenvolvidas de acordo com a faixa etária. E valores
Humanos e sociabilidade o que tem proporcionado a participação das famílias.

Sismuc
– Muitas escolas particulares se utilizam da Capoeira como atividade extra. O
mesmo não ocorre com o poder público. Por que isso acontece?

Duende
– Infelizmente ainda consta como atividade extracurricular em alguns espaços de
educação, mesmo com a exigência de constar na grade curricular prevista na lei
10639/03 e LDB, ainda não encontramos a Capoeira e a cultura Afro-brasileira de
forma efetiva nas escolas públicas ou privadas em nosso país. Poucas coisas
funcionam dentro das leis.

Sismuc
– Você desenvolve algum projeto social e em parceria com alguém?

Duende
– Sim, temos uma associação “ Deixa o Menino Jogar”, que desenvolve alguns
projetos em várias cidades como Curitiba, São José dos Pinhais, Arapoti, Jaguariaíva
e Pinhais. Hoje já beneficia mais de 800 crianças. Temos parcerias com algumas
prefeituras, alguns incentivos da iniciativa privada. Infelizmente o
investimento em nossa arte ainda é muito pequeno. O maior investimento para a
propagação da Capoeira e que as coisas aconteçam com certeza vem dos alunos.

Sismuc
– Os brasileiros deviam olhar com mais carinho para a Capoeira?

Duende
– O termo é “valorização” mesmo. Hhoje em dia nossa arte não precisa provar
mais nada, pois foi tombada como patrimônio da humanidade pela UNESCO. A
capoeira já provou seus valores educacionais dentro das instituições, seu
grande poder de socialização e seu principal valor o da igualdade entre as
pessoas. Sua origem vem de uma classe oprimida que lutou por sua liberdade. Essa
arte é sinônimo de resistência utilizada por um povo que ajudou na construção
do nosso país. A Capoeira aparece em diversos momentos da nossa história. Hoje
praticada no mundo todo. Valorizar o que é nosso é fundamental.

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