Na ronda pelos Cmeis de Curitiba, o sindicato visitou hoje a
unidade Caramuru, no Uberaba. Por lá, faltam oito profissionais de educação
infantil. “Quando a gente chegou, tinha uma fila de pais esperando porque não
tinha professora para algumas turmas”, conta Dermeval Ferreira da Silva,
coordenador do Sismuc.
“Muita gente virou e foi embora. Alguns porque podem deixar
a criança com alguém, mas outros disseram que iriam faltar ao trabalho para
cuidar dos filhos”, conclui. Por muito pouco, esse não acabou sendo o caso de Josiane
Alcântara dos Santos, auxiliar de serviços gerais. É que três professoras devem
atender ao Berçário, mas a turma estava completamente desfalcada.
Para resolver provisoriamente a situação, uma servidora
do Maternal I foi cuidar do Berçário, deixando sua turma aos cuidados
da colega (deveriam ser três no Maternal I, mas haviam duas presentes). Assim, pelo menos desta vez, Josiane conseguiu deixar o filho no
Cmei e ir ao trabalho, onde terá que justificar mais de uma hora de atraso. “Que
patrão vai aceitar que a gente fique chegando atrasada”, pergunta ela.
“Quem normalmente traz é meu marido, mas ele sempre chega
aqui e não tem ninguém pra pegar as crianças, aí ele tem que ir embora”, relata
a mãe. Além disso, ela também conta que muitas vezes precisa vir buscar o
filho, pois ele estranha a troca de professoras e acaba chorando. A troca,
muitas vezes, é a única maneira de atender os usuários nos equipamentos
públicos de educação infantil, já que faltam profissionais.
Em tempo, em 2016 completarão três anos que o Sismuc vem denunciando
esta situação. Em mesa de negociação logo após paralisação, já em 2014, a gestão
municipal chegou a se comprometer com a abertura de 1.000 vagas em concurso público, mas
entregou apenas 243 e ainda por cima não chamou todos os aprovados. Clique aqui
para conferir a ata da negociação com a promessa da Prefeitura.