O prefeito Luciano Ducci lançou edital de licitação para fazer a concessão/privatização da Ópera de Arame, da Pedreira Paulo Leminski e do Parque Náutico. São espaços públicos que deveriam ser revitalizados para servirem como instrumentos de incentivo à cultura, ao esporte e ao lazer da população de Curitiba, principalmente à juventude. Ao invés disso, vão ser doados por 25 anos, provavelmente prorrogáveis por muitos anos mais, para que empresários ganhem dinheiro com o patrimônio público. Este fato deixa evidente que a privataria em nosso estado, tão em voga no governo de Jaime Lerner e freada pelo grande movimento popular contra a privatização da Copel, está ressurgindo com uma força que merece toda a atenção dos sindicatos da CUT e dos trabalhadores a eles filiados.
Dizer, como dizem alguns, que concessão não é privatização é querer fazer um jogo de palavras para tentar fazer o povo de bobo. As rodovias no PR estão "concedidas" há muitos e muitos anos e alguém dúvida que elas estejam privatizadas? É só ver como as concessionários usam e abusam do que lhes foi concedido, fazendo o que bem entendem e praticando as tarifas que são convenientes a uma alta taxa de lucro aos especuladores acionistas. Como as concessionárias das rodovias, que pouco se importam com os efeitos sociais negativos dos altos custos dos pedágios, também as empresas privadas que abocanharem a Pedreira Paulo Leminski, a Ópera de Arame e o Parque Náutico, vão fazer destes equipamentos um meio de tirar todo o proveito financeiro possível, mesmo que para isso tenham, por exemplo, que cortar a meia-entrada de estudantes ou negar ceder o espaço para apresentações culturais ou treinos esportivos fora do seus padrões empresariais.