Os delegados
sindicais do Sismuc receberam a visita do economista do Dieese-PR, Fabiano
Camargo, para uma análise sobre o cenário econômico brasileiro e as medidas de
restrição de gastos em serviços públicos e investimentos do governo Temer (PMDB).
A primeira crítica à Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55 – em trâmite no Senado, já aprovada na Câmara Federal), de acordo com ele, é: a limitação dos gastos públicos
por vinte anos não é uma discussão democrática, que inclusive fica de herança
para outros governos.
“Como pode restringir por vinte anos? Uma coisa é limitar o
gasto social em um país avançado. Já no Brasil, não temos serviços adequados”,
critica.
Sociedade envelhece,
demanda por serviços públicos aumenta
Com o aumento da população, a demanda por serviços públicos tende
a aumentar, de acordo com o Dieese, embora o governo Temer ignore este fato. “No
horizonte de vinte anos, haverá mais demanda por saúde, educação e previdência”, expôs o
economista.
Historicamente, medidas de austeridade,
caso da PEC 55, não provocam crescimento econômico. A avaliação do Dieese é de
que não se vai reduzir a dívida pública do governo se a taxa de juros na
economia não for reduzida. “Temos o exemplo da Europa e da Grécia, onde foram
tomadas medidas que não contribuem para o crescimento econômico”, critica Camargo.
As medidas necessárias são, de acordo com
Camargo, uma política tributária progressiva, onerando os que têm
condições de pagar. A taxação de grandes fortunas no país seria uma dessas
medidas