Auxílio alimentação da prefeitura vira “vale-coxinha”

O direito básico à alimentação de qualidade é uma das necessidades básicas que vem sendo negadas aos servidores municipais. Os valores, abaixo do que se cobra na maior parte dos restaurantes, tem obrigado muitos a almoçar em condições precárias. O auxílio alimentação pago pela prefeitura já ganhou até um apelido nos locais de trabalho: “vale-coxinha”. Além disso, uma boa parcela de trabalhadores não está recebendo o benefício ou deixou de receber, ao ultrapassar o teto de R$ 1.341,90.

Uma pesquisa publicada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), divulgada recentemente, deixa clara a discrepância. Para uma refeição em um restaurante que inclua algo em torno de 500g, uma lata de refrigerante e uma sobremesa de 200g, gasta-se em torno de R$ 17,23 em média, na capital paranaense. Ou seja, quase um terço a mais do que é pago pela prefeitura aos servidores (R$ 7,15).

Reivindicação negada

Durante a campanha de lutas deste ano, o Sismuc cobrou da prefeitura um reajuste nos valores do auxílio para R$ 10,00 e a extinção do teto para que todos tenham direito à conquista. A questão foi negada pela administração nas mesas de negociação. Esta questão já havia sido apresentada quando a prefeitura aprovou a medida que acabava com as marmitas e instituía o auxílio, em março de 2009. Na época o sindicato denunciou a economia que estava sendo realizada pela prefeitura. Dos R$ 7,6 milhões previstos de gastos com a alimentação dos servidores em 2009, gastou-se apenas R$ 2,6 milhões, ou seja, uma economia de R$ 5 milhões. 

Trecho publicado no Jornal do Sismuc de maio/2011