A realidade nos Cmei´s de Curitiba

01/06/2009 – 18:20

Um ato realizado na última sexta-feira, no jardim Acrópole, expôs um problema no serviço público municipal, decorrente dos novos métodos de gestão da administração. A realidade do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Moradia Iguaçu contrasta com a imagem de “modelo em educação” que vem sendo construída pela administração municipal. Falta de funcionários, afastamentos de servidores por doenças ocasionadas pela sobrecarga de trabalho e ausência de auxílio-alimentação para servidores são alguns dos problemas que refletem na qualidade do atendimento e na segurança das crianças.
 
Dos já escassos 19 servidores que atuam no local, para atender mais de 150 crianças, 3 estão afastados por problemas de saúde decorrentes do trabalho. Relatos apontam que para reduzir os riscos de acidentes, os educadores são obrigados a colocar duas turmas em uma mesma sala de aula. Algumas vezes esses trabalhadores têm que almoçar correndo ou deixar de comer para que as crianças não fiquem sem atendimento, conta Suely Araújo, diretora de administração do Sismuc.
 
Um documento assinado pelos trabalhadores do Cmei aponta também a falta de tempo para cumprir a hora-permanência, a qual deveria corresponder a 20% da carga horária. “Há mais de um ano que as permanências são esporádicas e por, no máximo quatro horas”, dizem os servidores. Parte disso é atribuída à falta de funcionários e está relacionada com a queda na qualidade do serviço prestado.
Na tentativa de evitar uma exposição negativa para a gestão de Beto Richa, a Secretaria de Educação enviou outros três servidores às pressas para o Cmei, um dia antes do ato. Essa atitude foi tomada depois que mais de 80 ligações de pais foram realizadas em um só dia para o 156. Eles pediam que mais funcionários fossem disponibilizados no Cmei.
 
O Sismuc mantém posição nas negociações, conforme disposto na pauta de reivindicações da categoria, exigindo o dimensionamento do quadro de pessoal dos Cmei´s. A contratação de educadores seria uma maneira de reduzir o ritmo e amenizar os problemas de saúde da categoria. Nas mobilizações também se exige o auxílio-alimentação para todos os servidores e o respeito à hora-permanência. As ações visam resolver um problema generalizado na educação infantil de Curitiba e, por esse motivo, ganham apoio não só dos trabalhadores, mas da população em geral.
 
Imprensa Sismuc