Sob justificativa de déficit financeiro de mais de R$ 1,8 bilhão nas contas do município, a Prefeitura de Curitiba propôs o pacotaço com medidas (ou seriam mentiras?) de ajuste fiscal. Porém, o projeto foi mais uma maneira de cortar os direitos dos servidores municipais.
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A tramitação do projeto aconteceu em meio à extrema truculência policial com os servidores que protestavam contra a aprovação. “Nós percebemos que naquele momento, o servidor era tratado como um marginal, não como um trabalhador que estava reivindicando seus direitos. Quando chegamos aqui [na Câmara Municipal] nos deparamos com um aparato imenso de policiais”, relembra Edicleia Farias, coordenadora de finanças do SISMUC.
Para garantir a aprovação do pacotaço, os vereadores aprovaram o regime de urgência para tramitação do projeto. No dia 13 de junho de 2017, os servidores iniciaram a greve e ocuparam a Câmara Municipal. Um grande efetivo policial tomou a Praça Eufrásio Correia para tentar cercear o direito dos trabalhadores.
Com a pressão dos servidores sobre vereadores, a votação do pacotaço foi suspensa por uma semana e, depois, transferida para a Ópera de Arame.
No dia 26 de junho, durante a votação, mais violência contra os servidores:“Tinha até a cavalaria da polícia e jogaram os cavalos em cima da gente, além da bomba de gás, gás de pimenta. A escalada da violência foi tão grande em cima dos servidores e percebemos que essa narrativa de que os trabalhadores são vagabundos aumenta cada dia mais em Curitiba”, conta Edicleia.
O projeto de governo do prefeito Rafael Greca tem como âncora as suas mentiras. Em 2016, durante sua campanha eleitoral, ele fingiu estar ao lado dos interesses dos trabalhadores, mas assim que ganhou as eleições, começou a maquinar rapidamente o desmonte do serviço público. E ele não está sozinho. Seu projeto está alinhado aos projetos de governo estadual e federal.
Nós temos o poder de voto em nossas mãos para mudar os rumos da história e não deixar que ela se repita. Precisamos estar sempre atentos a cada decisão tomada pela gestão pública para que nossos direitos sejam mantidos e para que não percamos a qualidade do serviço público.