Reforma Administrativa: Câmara vota admissibilidade na segunda (24)

A Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) na Câmara dos Deputados iria decidir na manhã de hoje (20) sobre a admissibilidade ou não da Reforma Administrativa que pretende destruir os serviços públicos. Entretanto, a votação foi adiada para a manhã da próxima segunda-feira (24).

A tramitação desse ataque em
plena pandemia deixa clara qual é a prioridade da Câmara de Deputados e do
governo: mais urgente do que garantir a vacina é avançar no desmonte do serviço
público!

Ajude a fazer pressão e a cobrar
que os deputados rejeitem Proposta de Emenda Complementar
32/2020. A sessão será transmitida pelo canal da Câmara dos Deputados no
Youtube. Você pode se manifestar pelo chat ou então enviar e-mails ou mensagens
do WhatsApp para os deputados eleitos pelo Paraná que compõem a comissão!

Tramitação:
cabe à CCJ rejeitar a tramitação da Reforma

Na última segunda-feira (17), o
relator desse projeto de desmonte dos serviços públicos, deputado Darci de
Matos (PSD-SC), apresentou um parecer pela admissibilidade, propondo apenas
duas alterações nos pontos mais graves e visivelmente inconstitucionais. Esse parecer só não foi votado na
segunda-feira porque deputados da oposição apresentaram um pedido de vistas
coletivo e a previsão é que o tema volte para pauta nesta quinta-feira.

Cabe à CCJ avaliar a
constitucionalidade da Reforma Administrativa. Caso a proposta seja aprovada na
comissão, a reforma ainda precisará ser analisada por uma comissão especial e,
em dois turnos, pelo plenário da Casa.

Embora o processo para a
aprovação da Reforma Administrativa pareça longo, a verdade é que o governo
Bolsonaro tem pressa em aprovar mais esse ataque à classe trabalhadora.
A
PEC apresenta a continuidade do plano de desmonte dos serviços públicos
orquestrado pelo governo Bolsonaro e seus aliados e sua aprovação demonstra aos
empresários que o governo está disposto a
economizar às custas dos servidores públicos.

Parecer do relator ignorou
inconstitucionalidades

O relator deu parecer favorável a
tramitação da Reforma Administrativa, com mudança em dois pontos: a exclusão do
trecho que permite que o presidente possa extinguir entidades da administração
pública autárquica e fundacional via decreto e a retirada da proibição de que
servidores ocupantes de cargos típicos de Estado possam exercer qualquer outra
atividade remunerada.

O trecho que permitia ao
presidente da República extinguir órgãos federais, como o Ibama, com uma
canetada, sem precisar de aprovação do
congresso, é uma das inconstitucionalidades mais evidentes na proposta, mas há
outros absurdos igualmente perigosos que precisam ser barrados.

PEC da Rachadinha: PEC 32
quer transformar o Brasil um grande balcão de negociações de cargos
comissionados

A Reforma
Administrativa foi proposta com o discurso de “acabar com os privilégios”, mas
de quem estamos falando? A verdade é que Bolsonaro defende os que têm
salários mais altos e tira dos servidores que estão diretamente prestando
serviços à população.

Enquanto tenta acelerar a aprovação da PEC 32/2020, o governo continua
favorecendo seus apadrinhados políticos. No final do mês de abril, o ministro
da Economia, Paulo Guedes, assinou a Portaria 4975/2021, que retirou o teto
constitucional de R$ 39,2 mil para aposentados civis ou militares reformados
que ocupam cargos ou funções de confiança no Estado. Agora, tanto o
presidente Bolsonaro como apadrinhados políticos poderão receber pagamentos
mensais acima de R$ 40 mil.

A Reforma Administrativa vem
sendo chamada de “PEC da Rachadinha” porque pretende anular os
principais efeitos da Lei 8.112 de 1990, que consolidou
o ingresso via concurso público e instituiu o Regime Jurídico Único – forma
de contratação que é uma espécie de escudo contra a corrupção e o
apadrinhamento no serviço público.

A PEC 32/2020 ataca os concursos
públicos, acaba com a estabilidade dos servidores públicos e propõe formas mais
precárias de contratação para facilitar a terceirização e retomar a velha
prática do apadrinhamento político. Se aprovada, vai prejudicar a vida da
população mais pobre, ao mesmo tempo em que facilita a corrupção, a prática dos
esquemas de “rachadinha” e a transformação dos serviços públicos em
cabide de empregos.

Além disso, a PEC amplia a desvalorização com o
fim da progressão por tempo de serviço e a ampliação de avaliações de
desempenho meritocráticas. Nessas avaliações, é comum que péssimas condições de
trabalho sejam ignoradas e que pessoas próximas às chefias sejam beneficiadas.

Nota de pesar – Lawrence Carvalho Ferreira da Silva

Com profunda tristeza, recebemos a notícia do falecimento do querido servidor público Lawrence Carvalho Ferreira da Silva, aos 44 anos. Lawrence atuava como auxiliar de serviço bucal (ASB) no Centro de Especialidades Odontológicas Sylvio Gevaerd, no Portão. O velório será

Leia mais »