Prefeitura de Araucária age com violência contra trabalhadores na luta por moradia

Neste domingo, 16 de maio, a Prefeitura de Araucária
reprimiu com violência trabalhadores que ocupavam um terreno da cidade. As
balas e o gás lacrimogênio atingiram grande parte dos que estavam no local, não
poupando sequer crianças e idosos.

O governo Hissam agiu com violência e truculência, ordenando uma ação por parte
da Polícia Militar e da Guarda Municipal contra trabalhadoras e trabalhadores
que lutam pelo direito essencial da moradia. Não há sequer uma decisão judicial
de reintegração de posse do terreno e mesmo assim a escolha da gestão foi usar
a força para retirar os trabalhadores.

Uma das trabalhadoras ativas do movimento chegou a ser presa
e ficou desaparecida por algumas horas. Felizmente, a trabalhadora já foi
liberada, mas as marcas da repressão permanecem.

A ação tem caráter desumano, especialmente em meio a uma
pandemia que tem contribuído para que a miséria avance com rapidez entre milhares de famílias por
todo país,
somada à política nefasta de governos para quem os lucros valem mais
que a vida da classe trabalhadora.

O terreno escolhido pelos trabalhadores para realizar a
ocupação pertence a uma empresa imobiliária que conseguiu na justiça a posse do
terreno pelo processo de usucapião, mas deixa a área parada há anos para lucrar
com a especulação imobiliária. Enquanto isso, os trabalhadores dormem nas ruas!

As famílias que vivem nas ocupações fazem parte da grande
parcela dos trabalhadores brasileiros que não tem onde morar. Com os aluguéis
cada vez mais caros, o preço dos alimentos subindo a cada dia e o salário-mínimo de miséria,
sobreviver tem sido cada vez mais difícil. Com um auxílio emergencial de
R$ 150,00 e com 24% da população vivendo com menos de R$ 436,00 por mês, a luta
por moradia é uma forma de garantir a sobrevivência da população.

Diante de tantas dificuldades enfrentadas pela classe
trabalhadora, os servidores da assistência social de Araucária lançaram a
campanha “Vida, pão, teto e vacinação”, solidariedade àqueles que foram
atingidos pela crise econômica e social e, também, de homenagem àqueles que
perderam suas vidas em decorrência da Covid-19.

Só que na contramão das necessidades da população, a
prioridade da Prefeitura de Araucária é acabar com o direito à moradia da
população e deixar trabalhadores e trabalhadoras sem ter onde dormir. Isso
enquanto ignora todos as medidas de restrição e abre as portas para que o
coronavírus continue matando os trabalhadores. A crise sanitária é uma escolha
de matança dos mais pobres!

O SISMUC, SISMMAC, SIFAR e SISMMAR prestam sua solidariedade
a todos os trabalhadores e trabalhadoras atingidas pela ação violenta.
Estaremos juntos, lado a lado, contra qualquer tipo de repressão contra os trabalhadores.
Moradia é um direito da nossa classe. Firmes!

Nota de pesar – Lawrence Carvalho Ferreira da Silva

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