Remanejamento da saúde é enganação e não resolve os problemas de atendimento

Mesmo com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) atendendo
acima da capacidade e sem os recursos necessários, a secretária municipal de
Saúde, Márcia Huçulak disse nesta quarta-feira (10) que Curitiba não terá
hospital de campanha. A declaração aconteceu em sessão virtual da Câmara de
Vereadores (CMC) onde a secretária falou sobre a alta de casos de Covid-19
registrados nas últimas semanas. Conforme Huçulak, a estrutura das UPAs é muito
superior ao que teria um hospital de campanha.

O problema é que as UPAs estão atendendo muito mais do que a
capacidade comporta, sem as condições necessárias. Faltam, por exemplo,
suportes para soro, saídas de oxigênio, monitores para sinais vitais e espaço
para acomodar os pacientes que estão ficando em cadeiras!

A manobra da Prefeitura de transformar as Unidades de Saúde
em UPAs foi uma medida desesperada que
coloca os servidores e a população em risco, sem atendimento necessário. As USs
não possuem estrutura adequada para atender urgência e além da falta de
treinamento para os servidores que tiveram a jornada de trabalho aumentada,
foram remanejados sem diálogo, sob pressão.
E o pior, sem receber o treinamento adequado pra isso! 

Agora que o sistema já entrou em colapso, com aumento dos
casos de Covid-19, o desprefeito e a secretária cancelam atendimento de rotina
para população, mas não convocam aprovados em concurso público e não cobriram a
falta de servidores nos locais de trabalho neste último ano.

Com a nova medida adotada, desde esta quarta-feira as UPAs
Cajuru, Boa Vista, Sítio Cercado, Campo Comprido, Pinheirinho e CIC passam a
funcionar como centros de internamento para casos de covid-19, além do
pronto-atendimento para casos graves. A UPA Tatuquara já estava atendendo nesse
sistema.

Foram fechadas 53 USs, com equipes remanejadas e 42 unidades
de saúde passam a funcionar como pronto-atendimento para casos leves e
moderados de urgência e emergência médica (que normalmente são feitos nas
UPAs), 7h às 19 de segunda a sexta-feira e das 7h às 17h aos sábados. Confira abaixo
como ficaram as unidades.

As equipes da saúde estão desfalcadas, sobrecarregadas e
esgotadas!
Sem
contratações e abertura de novas estruturas, a saúde de Curitiba fica no dilema
do cobertor curto: retira atendimento de um setor para tentar amenizar os
problemas no outro. Chega de
enrolação. É preciso fazer lockdown para salvar vidas e montar sim hospital de
campanha!.