Uma nova orientação da chefia da UPA Pinheirinho está causando
indignação dos servidores do local. Segundo a orientação “todo servidor que
tiver afastamento médico após atendimento na UPA por suspeita de Covid deverá
coletar o PCR/Swab na Uats conforme agendamento”. Ou seja, o servidor que
está com sintomas de coronavírus e precisa de atendimento, precisa aguardar
para coleta do exame, que será agendado na Unidade de Atendimento em Saúde do
Trabalhador (UATS).
Na prática, isso representa um tempo maior para atendimento do que se a coleta fosse realizada no próprio local. Atraso de alguns dias pode até fazer com que o trabalhador perca o prazo adequado para a coleta do teste PCR – considerado de maior sensibilidade. E, enquanto isso, Greca usa a UATS como propaganda. A verdade é que
os servidores infectados precisam de agilidade, e embora a criação de um local
para atendimento exclusivo pareça ser a solução, no desgoverno Greca, não é.
Sem contar que, ao proibir que os servidores coletem os
testes na UPA, mesmo após passar por consulta com médico no local, o que as
chefias estão fazendo é dificultar o acesso dos trabalhadores ao SUS, que é
direito de todos.
A situação é ainda mais revoltante se levar em consideração
a diferenciação feita entre os trabalhadores, dias antes da proibição de que os
servidores coletassem testes no local, as chefias da UPA fizeram a testagem.
Por que é que a regra vale para uns e não para outros? Esse exemplo só deixa
claro que, quando se trata da pandemia, não estamos todos no mesmo barco, os
trabalhadores estão mais expostos e com menos acesso aos serviços de saúde.
E tudo isso se dá num momento em que os casos de coronavírus
são altíssimos na cidade e, é claro, acabam afetando os servidores da saúde. A
cada semana, eles veem mais colegas sendo afastados por infecção pela Covid-19.
A isso, somam-se outros problemas que a UPA Pinheirinho
enfrenta, fruto da política de desmonte do governo Greca: são poucos
servidores, estrutura precária para atender à demanda, pacientes amontoados
devido à falta de espaço. E, como se não bastasse toda a pressão psicológica de
estar na linha de frente de combate à pandemia, os trabalhadores ainda precisam
enfrentar o assédio moral.
Protocolos falhos
A situação enfrentada pelos servidores da UPA Pinheirinho é também reflexo de uma questão que o SISMUC cobra desde o início da pandemia: o estabelecimento de protocolos claros e completos para o enfrentamento à crise sanitária – causada tanto pela pandemia como pelo desmonte praticado na saúde pela gestão Greca e seus antecessores.
Sem uma definição clara do passo a passo e com protocolos que mudam com frequência, sempre prejudicando os servidores, a gestão Greca abre espaço para que o assédio moral aconteça nas unidades de saúde.
Na situação relatada pelos servidores da UPA Pinheirinho, a chefia contraria o próprio protocolo do fluxo administrativo que a gestão publicou no dia 29/07 para casos de coronavírus entre os servidores.