Durante a madrugada da noite de quarta (16) para quinta-feira (17) a sede da Central Única dos Trabalhadores do Paraná foi atacada. Os muros da entidade foram pichados com frases como “fora milícia”. A porta de vidro foi totalmente quebrada, alvo de pedras que foram jogadas contra o prédio da instituição às 0h05.
O ataque é, claramente, resultado das ações inconsequentes de setores políticos que apostam no caos social para desestabilizar o Brasil. O ódio, disseminado por meio das redes sociais, deixa a Internet para ganhar as ruas.
O maior estrago, certamente, não é físico, estrutural ou material. Os prejuízos não são contabilizados nas finanças do que deverá ser arrumado. O problema, bem como o alvo central do ataque, foi a democracia brasileira.
Estabelecer a violência como parâmetro de ação política não faz parte do jogo democrático, tampouco disseminar o ódio, estabelecer um estado judicial de exceção ou ainda agredir pessoas nas ruas por manifestarem opiniões diferentes.
Este cenário é nitidamente de um momento de alto risco para as instituições brasileiras. A irresponsabilidade de ações midiáticas de parte do poder judiciário têm como resultado a agressão de um jovem casal na Avenida Paulista, as tentativas de ataque ao Palácio Alvorada ou ainda os ataques ocorridos contra as sedes da CUT Paraná e do Partido dos Trabalhadores. É o mais próximo que chegamos, em toda a nossa história, de um sistema fascista que não permite o contraditório e tampouco respeita as instituições, sejam elas governamentais ou representativas.
A luta da CUT, ao longo dos seus mais de 30 anos, sempre foi para melhorar as condições de vida da classe trabalhadora e pela implantação e manutenção de um sistema democrático em nosso País. Com a mesma veemência que condenamos os ataques ocorridos nesta madrugada, continuaremos a lutar pela manutenção de um estado democrático de direito, onde todos sejam livres para expressar suas opiniões sem que sejam vítimas de violência.