O
acampamento dos petroleiros do Paraná, instalado em frente à Refinaria Getúlio
Vargas (Repar), em Araucária, amanheceu marcado no domingo (08) por um ato de
luto e solidariedade pela morte do petroleiro Pedro Alexandre Bagatin.
O
trabalhador faleceu na última sexta-feira (06) após sofrer um infarto no
interior da empresa, onde operava na contingência, exercendo atividades sob
pressão e sem o efetivo correto.
No
ato, as pessoas exigiram zelo pela saúde dos trabalhadores e fizeram a crítica
à política da empresa que coloca em risco a saúde e a segurança dos
funcionários que seguem na contingência. A morte ocorrida neste episódio chama
a atenção para o dado de vinte mortes no sistema Petrobrás apenas em 2015.
A mobilização também contou com a presença dos trabalhadores petroquímicos, em greve na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR, ligada ao sistema Petrobrás). Movimentos sociais e outros sindicatos compareceram em apoio à greve.
Solidariedade e investimentos em Saúde e Educação
Ao lado de vários outros sindicatos e movimentos sociais, o Sismuc apoia a greve de petroleiros e petroquímicos.
A pauta dessa greve não é econômica. Sua preocupação é com
o futuro da empresa, criticando a proposta de retirada de investimentos. Não se trata, portanto, de
uma greve salarial, mas do futuro do ramo do petróleo. A Petrobrás é responsável pela participação de 13% da produção econômica brasileira e por mais de um
milhão e meio de empregos diretos.
Na avaliação de Juliano Soares, da coordenação do Sismuc, a defesa da exploração dos recursos do pré-sal, a partir da geração de trabalho no país, garante recursos para o investimento em Saúde e Educação. Por isso, essa luta dos petroleiros não é corporativa. Ela é de todos os cidadãos.
“Abrir mão do controle social da Petrobras é o mesmo que abrir mão de recursos destinados à saúde e à educação que tanto necessitamos para um serviço público de qualidade, pois uma empresa que representa mais de 10% do PIB brasileiro não pode perder sua soberania”, afirma.
Amanhã, na parte da manhã, apoiadores se concentram em frente à Repar, aguardando o resultado da negociação nacional com a empresa.