Especialistas apontam cenários
para a exploração do pré-sal e os riscos do desinvestimento da empresa, por
conta de interesses de empresas internacionais.
Sandro Silva, economista do
Dieese, aponta que o sistema Petrobrás conheceu crescimento do número de
empregos desde 2005.
Porém, desde 2013, é possível
identificar cortes na estatal a partir de prestadores de serviços e
contratantes. Os investimentos eram de R$ 104 mil em 2013 e passaram para R$ 87
mil em 2014.
Silvaney Bernardi, diretor do
Sindipetro-PR e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), resgatou o histórico
de exploração do petróleo no Brasil, desde a década de 50. A fala do dirigente
passou pelo sucateamento vivido a partir dos anos 1990, chegando até a alta
produtividade vista hoje no pré-sal. Neste momento, o potencial estimado de
produção do pré-sal é de 176 bilhões de barris de petróleo.
Papel do estado e tentativa de privatização
Bernardi ataca o que chama de
“retomada dos projetos neoliberais no Congresso”, cujo principal projeto é o
PSL 131, de autoria do Senador José Serra (PSDB-SP), cujo argumento da urgência
na exploração, para o petroleiro, não se justifica. Uma vez que já há alta
produtividade no pré-sal.
Outro tema que o Seminário
Soberania e Desenvolvimento desmistificou é o papel dos Estados na produção de
petróleo mundial. Mais de 70% do petróleo hoje é explorado por empresas estatais,
assim como a maior parte das reservas no mundo. “No campo de Libra, se a
Petrobras não entrasse com 40%, perderia mais de R$ 260 milhões”, define.
Feijão e arroz mais caros para a população
Gerson Castellano, diretor do
Sindiquímica-PR e da FUP, narrou o processo de privatização na década de 1990
da antiga Ultrafértil, fábrica de fertilizantes. Ele recordou da campanha “Feijão
e arroz mais caros para a população”, de 2008, que demonstra que os
trabalhadores do segmento, hoje sob direção da Petrobrás, não estão focados
apenas na pauta corporativa.
O diretor do Sindiquímica também
fez uma crítica ao papel da mineradora Vale, que chegou a controlar a
Ultrafértil, e o atual papel da empresa após da privatização, em 1997. “A Vale
era uma mineradora motivo de orgulho para os brasileiros e hoje está nas mãos
de empresas internacionais”, critica, afirmando que o presidente do conselho de
administração, Murilo Ferreira, é também presidente da Vale, numa confusão
entre empresa pública e privada.
Recentemente, a Transpetro foi
apropriada pela japonesa Mitsui, que já havia participado da privatização da
Vale, critica.