Hoje
aconteceu – ou melhor, não aconteceu – o leilão da área ocupada por 800 famílias
do Movimento Popular por Moradia (MPM) no Bolsão Sabará, região da Cidade
Industrial de Curitiba (CIC). O terreno pertence a um aterro sanitário que
faliu em 2009, da empresa Stirps. Desde 2011, ele estava alugado ilegalmente para
outro aterro sanitário, que fica ao lado.
Em 21 de
abril de 2015, o MPM ocupou a área, batizando-a de Tiradentes. Desde então, eles
reivindicam moradia, enquanto a empresa Essencis reclama o terreno para ampliar
seu aterro sanitário de resíduos industriais tóxicos e não tóxicos. O leilão
foi a maneira encontrada pelos administradores da “massa falida” da Stirps para
regularizar a situação. Mas a Essencis propôs parcelar o pagamento em 130
vezes, o que foi negado pela juíza responsável pelo processo.
Agora, as
famílias esperam que a Prefeitura de Curitiba se manifeste com relação à
disputa e dê condições para a moradia das famílias na cidade. Ainda em campanha
eleitoral, em 2012, o prefeito Gustavo Fruet se comprometeu a visitar uma das
ocupações do MPM, também no CIC, mas até hoje não apareceu. No último dia 23,
os moradores realizaram a primeira manifestação contra o leilão, no Contorno Sul, parando mais de 12 quilômetros de trânsito na capital paranaense.
Leia também o especial Negócio Sujo, publicação da Imprensa Sismuc que aborda o problema do lixo e da moradia em Curitiba.