Conquista! Aprovado Plano de Carreira da Educação Infantil

As professoras e professores de educação infantil conquistaram hoje o seu Plano de Carreira. Fica reconhecida, de agora em diante, a valorização profissional e a nova nomenclatura do segmento. “Os anos de luta não foram em vão. Por muito tempo não fomos sequer ouvidos, mas mobilizamos a cidade toda com a Greve dos Educadores e nos fizemos ouvir. Hoje, comemoramos”, afirma Ana Paula Cozzolino, coordenadora geral do Sismuc.

E não é exagero. Solange Lipenski é educadora há dez anos e lembra que o segmento sempre buscou valorização. “Essa conquista só saiu com a nossa união. Quando levamos a luta para a rua é que começamos a ter reconhecimento”, conta. Ela atua hoje no Cmei Bracatinga, na Regional Boa Vista, e participa do movimento desde que entrou no serviço público no início dos anos 90. É como pensa outra educadora do Bracatinga, a coordenadora do Sismuc Adriana Claudia Kalckmann: “Hoje somos reconhecidos por direito o que sempre fomos de fato professores e o Plano de Carreira é uma conquista construída com a base. Todas as nossas conquistas foram arrancadas da gestão nas ruas”.
Histórico de luta
Babás, atendentes, educadoras, professoras de educação infantil. De lá para cá tem muita luta. Em 1989, era pela conquista de cinco dias de férias, avançando depois para 15 dias. “Foi uma das primeiras promessas não cumpridas da gestão. Somente em 1995 conquistamos o recesso de julho”, relembra Adriana. Em 2007, após paralisações, veio a garantia à hora permanência. “Não tem como viver este momento histórico sem relembrar outras conquistas”, lembra ela.
A Prefeitura acordou liberar pelo menos um profissional de cada um dos 170 locais de trabalho, mas com certeza tinha mais gente. Cerca de 400 acompanharam a votação, incluindo Ângela Santana, do Cmei Conjunto Mercúrio, na Regional Cajuru. Ela foi parte do movimento que foi para a rua. “Ficamos dias debaixo de chuva e sol na Greve para que o prefeito nos atendesse. Foram dias difíceis e agora sentimos euforia”, comemora.
A Câmara realizou a primeira votação hoje mesmo. A segunda votação, que confirma o processo, ocorre nesta terça-feira. O que serve tanto para o Plano de Carreira quanto para a mudança de nomenclatura. Em seguida, segue para sanção do prefeito. Ele deve fazer isso ainda antes do recesso. A vereadora Professora Josete relatou a matéria na Comissão de Serviço Público e apontou o mérito que reconhece a equiparação do segmento com o magistéiro. “Acompanho essa luta desde o movimento sindical e, depois, como vereadora. Na comissão, apontamos a falta de critérios na progressão se regulamentada por decreto”, aponta.
Em diálogo com o Sismuc ainda em novembro, a vereadora apresentou emenda para solucionar esta questão e também uma diferença nas atribuições da carreira. Assim, a proposta aprovada terá o mesmo texto da Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB). “É uma conquista histórica e acredito que o próximo passo agora é debater outras formas de equiparação”, aponta. Ela se refere à jornada de trabalho que, se respeitada a LDB também nesta questão, será de 20 horas.

O Sismuc aponta outra pauta em aberto, que é a promessa de reajuste de 9,88%. Josete acredita que será necessário dialogar com a gestão, pois existem barreiras financeiras que estariam impedindo a Prefeitura de atuar em questões econômicas. O Sismuc, no entanto, insiste que Curitiba é o terceiro município com maior arrecadação no país e que, se tem dinheiro para terceirizações e parcerias privadas, também há de ter para os servidores públicos municipais.
E Solange não se engana. “Foi prometido 9,88% e nós levamos a sério nossas promessas. Quando prometemos algo para as crianças, temos que fazer de tudo para cumprir e esperamos o mesmo da Prefeitura”.
Atualizado às 15:30