Dois pesos, duas medidas: RH diz aguardar decisão Justiça para discutir descontos da greve dos Excluídos, mas não faz o mesmo em relação ao crescimento vertical e seus reflexos.
A direção do Sismuc se reuniu ontem (08) com a Administração Municipal para discutir o crescimento vertical dos Excluídos das 30 horas. A Prefeitura quer punir os servidores em sua carreira por causa da paralisação de 74 dias. O sindicato mais uma vez buscou uma negociação para o impasse, tendo em vista que a Justiça não se pronunciou sobre esses efeitos e tampouco definiu a greve como ilegal.
De forma contraditória, a gestão em fim de mandato diz que “as faltas dos servidores gerarão todos os efeitos funcionais, inclusive para crescimento vertical de 2012. No entanto, quanto aos efeitos financeiros, à administração irá aguardar a decisão do mérito da ação judicial”, registra ata. O sindicato contesta a versão intransigente da equipe de Ducci. O advogado do Sismuc Ludimar Rafanhim destacou, durante a mesa, que foi solicitado pelo sindicato audiências de conciliação sobre o assunto. Embora o Tribunal de Justiça tenha aceitado mediar o debate, a Prefeitura se negou a participar, alegando impedimentos do calendário eleitoral.
Além disso, quando a Prefeitura recorreu da liminar (16 de janeiro) proferida pela juíza Astrid Maranhão de Carvalho referente aos descontos dos dias parados, o assunto “crescimento vertical e seus reflexos” não foi analisado pelo Tribunal. Tanto sindicato e governo municipal questionaram qual seria o posicionamento nessa questão. No entanto, ainda não foi analisado o mérito.
Para Carla Vanessa, diretora do Sismuc e excluída, a gestão municipal se precipita ao querer punir os trabalhadores: “Se a Prefeitura pode aguardar a decisão do mérito da ação judicial para aplicar os efeitos financeiros porque ela quer se antecipar e prejudicar a carreira dos servidores? É incoerente”, compara.
Como a Prefeitura decidiu pelo caminho da de punição, o sindicato informa que vai acionar o desembargador na segunda-feira (12) para que ele impeça os prejuízos aos servidores. Mesmo assim, o Sismuc ressalta a necessidade de manutenção do diálogo: “Sendo nesta gestão ou na próxima, nós buscamos conquistar às 30 horas com base no diálogo e bom senso”, ressalta Carla Vanessa.
Ata
Clique aqui e confira ata da reunião do Sismuc com a Gestão.
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