Excluídos discutem liminar e novas mobilizações

As mobilizações dos excluídos das 30 horas continuam no mês de março. Duas assembleias estão marcadas para os dias 9 e 16 deste mês. No último encontro, realizado em 28 de fevereiro, os trabalhadores debateram a liminar sobre a greve e estratégias de mobilizações. Além de passarem a utilizar tarjas pretas, os excluídos vão criar o coletivo das 30 horas.


O ponto mais debatido pelos trabalhadores foi a cassação da liminar que não permitia a prefeitura proceder descontos nos vencimentos.  A direção do Sismuc aguarda a publicação do texto na íntegra para tomar as medidas judiciais. Isso não ocorre antes de 15 dias. “Independente da liminar, a prefeitura já depositou anteriormente os salários, isso porque a liminar só foi cassada após o pagamento”, informa Ana Paula Cozzolino, secretária geral do sindicato.


A cassação da liminar não impede as atuais mobilizações dos excluídos que estão com a greve em suspensão. “A gente tem que manter o foco nas 30 horas. A prefeitura tem que sentir pressionada e vamos fazer isso nos nossos locais de trabalho”, incentiva a nutricionista Carla Vanessa Alves Lopes. Ela também acredita que a luta do piso não atrapalha as reivindicações em relação as 30 horas: “As lutas são distintas e sempre caminharam lado a lado. Inclusive, foi em outubro do ano passado, durante a assembleia dos pisos, que o movimento das 30 horas ganhou força”, recorda a nutricionista.


Contradição Orçamentária
O principal argumento utilizado pela secretaria de recursos humanos Maria do Carmo Aparecida de Oliveira para não conceder as 30 horas aos excluídos foi falta de verbas.  No dia 2 de fevereiro , ela disse: ““Nossa posição já está tomada””.
No entanto, a proposta inicial de reajuste feita pelo prefeito Luciano Ducci ontem (29 de fevereiro) de 10% para 44 mil servidores, elevação salarial da guarda e PPQ de R$ 275 para professores demonstra que o município tem recursos financeiros no caixa. Constatação sustentada pelo Tesouro Nacional. Segundo o órgão do governo federal, Curitiba gasta apenas 39,90% da receita corrente líquida (RCL). A lei de responsabilidade fiscal permite 51% de despesas com o funcionalismo. Florianópolis, por exemplo, confere 49,61% de recursos aos servidores. 


Para secretária geral do Sismuc Ana Paula Cozzo, esses dados demonstram que a prefeitura esconde a sua real capacidade de investir na melhoria do serviço público e do atendimento à população. “Ducci tem espaço e verba para fazer a redução de jornada desses 12% sem comprometer o orçamento, contrariando a postura da secretária Maria do Carmo em mesa de negociação”, questiona Cozzolino.
 
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