Intolerante às críticas, prefeito exclui os excluídos de audiência pública
Xingamentos, ameaças de agressão a mulheres, constrangimento e roubo a microfone. Essa é a maneira “democrática” que Luciano Ducci resolveu dialogar com o movimento dos excluídos das 30 horas da saúde. O prefeito estava em audiência pública dos idosos no Pinheirinho. Essa audiência era aberta para os usuários. Mas os assessores de Ducci impediram que os representantes dos excluídos entrassem no local.
A nutricionista Carla Vanessa ficou aterrorizada com a turma do prefeito. Ela conta que esperava dialogar com o prefeito e não ouvir xingamentos de seus assessores. “A gente queria conversar com o Ducci, mas os assessores não permitiram a gente entrar na audiência”.
Paloma Sodré também temeu por sua integridade física. A nutricionista ficou assustada quando um homem disse que chamaria outras pessoas para retirá-los a força da rua. “Nosso protesto era pacífico, mas alguns seguranças do prefeito ameaçaram nos agredir se a gente não saísse”, se espanta Paloma.
Para Juliano Soares, diretor do Sismuc, esse fato revela como o prefeito tem dois discursos. Num, ele se passa como democrático e aberto ao diálogo, embora não tenha convocado os “excluídos” para conversar. Noutro, mesmo em audiência pública, ele impede a participação dos usuários descontentes com a sua gestão. “Mais uma vez o prefeito se escondeu daqueles que reivindicam a melhoria na saúde. Não houve diálogo”, esclarece Juliano.
Durante as ameaças, um microfone do caminhão de som foi furtado por um dos “cães de guarda” de Luciano Ducci. A ação foi filmada. Na gravação que você verá a seguir sem cortes a servidora denuncia: “roubaram nosso microfone, vamos chamar a polícia”. O diretor do Sismuc afirmou que um boletim de ocorrência será feito e a cópia do vídeo será cedida à polícia militar.