Egito exige fim da ditadura

Após o sucesso da revolução de Jasmin na Tunísia, no início de janeiro, as revoltas no norte da África não cessam. O foco maior da revolta agora é o Egito, onde manifestantes exigem saída do ditador Hosni Mubarak, no poder há 30 anos.

Manifestações tomaram a capital Cairo e as cidade de Suez e Alexandria, os maiores centros urbanos do Egito.

A repressão tem sido uma constante nos protestos na região do norte da África. No Egito, as redes sociais, sobretudo o Twitter e o Facebook, que eram usadas para convocar os protestos, foram retiradas do ar a mando do governo. Com a intensificação dos protestos, o governo egípcio bloqueou completamente a internet no país. “Podem cortar internet, energia elétrica, trem, ônibus, podem cortar o que quiserem. A energia que move os movimentos populares é muito maior que esses instrumentos”, defende o diretor do Instituto da Cultura Arabe, o egípcio Mohamed Habib.

As empresas de telefonia estão sendo obrigadas a bloquear o seus serviços nas cidades com maior efervescência política.

O governo decretou toque de recolher entre as 18h e as 7h do dia 29. No entanto, os manifestantes enfrentam o toque de recolher e permanecem nas ruas do Cairo e de Suez.

Relatos extra-oficiais de agências de notícias dão conta de que 4 pessoas foram assassinadas nos protestos, jornalistas foram espancados e que o oposicionista e Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei foi detido após sair de uma mesquita, onde oposicionistas oravam e pediam a saída de Mubarak.

Outras notícias ainda não confirmadas relatam a troca de tiros entre policiais e exército e que funcionários da embaixada israelense estão sendo retirados do Egito por helicópteros.

A sede do partido do presidente foi incendiada por manifestantes. Nos protestos, a principal palavra de ordem é “Abaixo Mubarak”

Norte da África em convulsão

O Egito é um país de grande importância geopolítica. É um dos mediadores das relações entre Israel e Palestina, entre Fatah e Hamas e controla o Canal de Suez e é um dos maiores aliados dos EUA na região.

Os protestos no Egito estão inseridos em uma onda de protestos que atinge o norte da África e o Magreb. No início de janeiro, o povo tunisiano derrubou o ditador Ben Ali. Outros países da região, como a Argélia, Omã, Jordânia e Iemên também têm protestos contra os seus governos.

Fonte: Brasil de Fato