Prefeitura oferece 0,25% de aumento salarial

A segunda reunião de negociação da campanha salarial realizada ontem (19), na qual deveria ser discutido o reajuste econômico dos servidores, foi marcado pela truculência dos representantes da Prefeitura de Curitiba. Com uma contraproposta de 0,25% de aumento salarial, o caminho deve ser o do arrefecimento das relações.

A presidente do Sismuc Irene Rodrigues afirma que não houve negociação. “Eles apenas informaram e não estavam dispostos a nos ouvir. Então se eles vão endurecer de um lado, nós temos que endurecer do outro”, diz. O reajuste de 6,25% é obrigatório por lei à Prefeitura e está relacionado ao índice de inflação do período que tem como data-base o dia 31 de março. Os 0,25% oferecidos ficam bem distante dos mais de 14% de perdas salariais acumuladas nos últimos anos.
 
Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicas (Dieese), apontam que o reajuste solicitado não infringiria a Lei de Responsabilidade Fiscal, se fossem cortados gastos com cargos em comissão. Nos últimos dois anos o salário dessa parcela subiu mais de 24,72%, as funções gratificadas obtiveram 11,30% e o prefeito Beto Richa ganhou 34,01% de reajuste. Já os servidores de carreira somaram 11% no mesmo período. A diretoria do Sismuc defende que o corte de cargos comissionados e dos salários exorbitantes contribui para que a Prefeitura apresente uma outra contraproposta de reajuste que valorize de fato os trabalhadores.
 
Vale-alimentação
Outra questão que demonstrou imobilidade por parte da Prefeitura foi quanto ao vale- alimentação. A comissão de negociação dos servidores insistiu para que o projeto de lei apresentado na Câmara Municipal fosse revisto, levando em consideração o que já havia sido solicitado em outros anos. Ou seja, ao invés de R$ 5 para quem recebe até R$ 800, o que se exige é um vale de R$ 10 por dia para todos os servidores.
 
A apresentação do projeto em meio à negociação da campanha salarial seria um a forma de desviar a atenção dos servidores e de oferecer uma compensação aparente pelo pequeno reajuste a ser aplicado. O sindicato ainda questiona a proposta porque os R$ 5 não seriam suficientes para uma refeição completa e teria caráter discriminatório, pois apenas 13% da categoria teria acesso ao benefício.
 
Mobilização
Na assembléia realizada à noite, no Sismuc, os servidores mantiveram a paralisação para o próximo dia 31 como forma de pressionar a Prefeitura a melhorar a contraproposta de reajuste salarial. Também está mantida uma manifestação na Câmara Municipal, no dia 24, a partir das 16 horas, para que os vereadores atendam o pedido de revisão do projeto de vale-alimentação. 
 
Guilherme Gonçalves (MTb 4492)
Jornalista
Imprensa Sismuc