Um ato realizado ontem (17), na Boca Maldita, reuniu cerca de 600 pessoas, sendo a maior parte de servidores da Fundação de Ação Social (FAS). Eles buscam a melhoria de condições de trabalho e a gratificação de 30% sobre o salário. O valor promoveria a igualdade com servidores que já recebem a gratificação dentro da própria FAS. Além disso, seria uma maneira de compensar o risco profissional destes trabalhadores.
Os servidores interromperam os trabalhos 50 minutos antes do fim do expediente, às 16h10, para participar do ato, conforme deliberado em assembleia. Além do carro de som, eles também utilizaram panfletos para dialogar com a população. A expectativa é que a Prefeitura negocie para que a gratificação atinja todos os trabalhadores da fundação. O ofício solicitando a mesa, ainda sem resposta, foi encaminhado no dia 14 (clique para ver).
Luci Lorezentti, assistente administrativa do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Vila Hauer, tece os seguintes argumentos: “a gente trabalha com população de risco em área de risco, a gente é ameaçado”. “Já teve caso de a pessoa chegar e colocar o revólver em cima do balcão porque a gente estava atendendo a criança em risco”.
Rejane dos Santos, que atua no Cras Aurora, disse que veio ao ato para cobrar uma promessa da Prefeitura. “Não é justo dar só para uma parte e não para os outros, porque todos nós lidamos, mesmo em momentos diferentes, com a mesma população”, aponta.
O coordenador do Sismuc Eduardo Recker Neto explica que o ato também chama a atenção para a necessidade de mais contratações. “Um servidor da FAS é obrigado a fazer o trabalho de 2 ou 3. Falta educador, assistente social, psicólogos, falta trabalhadores em geral”, relata.
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A gratificação tem como base a Lei Municipal 13.776 de 2001, que institui a gratificação em local de proteção social na FAS, porém a Prefeitura não está cumprindo a legislação. Apenas alguns locais foram privilegiados. Atualmente, servidores de todos os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados (CREAS) não recebem a gratificação. O Sismuc estima que cerca de 600 trabalhadores estejam perdendo este direito.
Ato conjunto
A atividade também reuniu militante do Movimento Sem-Terra (MST) que buscam o apoio da população para acelerar o processo de reforma agrária no Brasil. Petroleiros da refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, também participaram do ato para criticar os leilões dos campos de pré-sal, promovidos pelo Governo Federal.