Greve a partir do dia 15

Servidores querem que prefeito cumpra compromisso garantindo recuperação de perdas salariais

Os servidores municipais de Curitiba aprovaram em assembléia, hoje (31), à tarde, o indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 15. A decisão foi tomada após uma reunião em que o secretário de RH Paulo Schimidt e o de governo Ruy Hara negaram mudar a contraproposta de reajuste salarial de 6,5%. Enquanto as negociações ocorriam, cerca de 2 mil servidores aguardavam a decisão do lado de fora da prefeitura.
 
Terminada a assembleia, parte dos servidores seguiu até a Câmara Municipal, onde era votado o projeto de lei de reajuste salarial proposto pela administração municipal. A intenção era pressionar os vereadores para que retirassem o projeto da pauta ou aprovassem alterações ao documento, seguindo uma proposta apresentada pela vereadora Professora Josete.
 
A discussão realizada pela vereadora estava baseada no corte de gastos de 15% a ser aplicado este ano, conforme apresentado pelo prefeito Beto Richa. Pelo orçamento de 2008, a prefeitura garantiria em caixa, até o final de 2009, o total de R$ 100 a R$ 200 milhões, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). No entanto, a alternativa foi desconsiderada tanto pela prefeitura, como pela base de aliados ao governo na Câmara. 
 
Os números apresentados pelos sindicatos, juntamente com o que já vinha sendo defendido, ou seja, a redução dos salários dos cargos em comissão, apontam uma alternativa para que a prefeitura apresente uma contraproposta melhor. Uma das principais reclamações dos diretores do Sismuc e do Sismmac, discutidas com os secretários, é que a compromisso de recuperação das perdas salariais históricas, sobretudo durante a gestão de Cássio Taniguchi, havia sido assumido pelo prefeito Beto Richa no primeiro ano de seu mandato. Com os 6,5% de reajuste oferecido pela prefeitura, os servidores continuam com uma acúmulo de perdas salariais de 14,6%, segundo dados do Dieese.
 
Os servidores iniciam amanhã os preparativos para a greve, incluindo a investigação de práticas antisindicais nos locais de trabalho. Várias denúncias foram coletadas durante o dia de hoje pelos diretores sindicais. Entre eles a pressão de chefias a partir de ameaças de perdas de remunerações variáveis como o IDQ e PPQ. Entretanto, conforme negociado hoje, esses descontos punitivos estão suspensos até o próximo dia 15 de abril, quando a comissão de servidores e representantes da prefeitura voltam a conversar.
 
 

Imprensa Sismuc

 
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