Falta de servidores e terceirizações invadem unidades de saúde de Greca

A falta de servidores públicos municipais na Prefeitura de
Curitiba para garantir os serviços públicos para população mais uma vez está
sendo escancarada. A pandemia de Covid-19 agravou o problema. Sem garantir as
condições necessárias, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deu início na
quarta-feira (3) à vacinação contra a Covid-19 em 47 pontos, sendo 44 Unidades
de Saúde (US), além das Ruas da Cidadania do Fazendinha e Tatuquara e do Clube
da Gente do CIC.

No primeiro dia de vacinação ampliada nas USs, o tempo de
espera foi longo em alguns locais, como por exemplo na Unidade de Saúde Tingui,
onde as pessoas tiveram que aguardar em fila por um período de 3 a 4 horas,
incluindo idosos e população em geral.

A longa espera é reflexo da falta de servidores, da falta
de concursos públicos para completar o quadro de funcionários e da falta de
investimento em recursos humanos. É a política de desvalorização dos
trabalhadores colocada em prática pelo desprefeito Rafael Greca.

Desde março de 2020, os servidores da saúde estão
trabalhando na linha de frente no enfrentamento da pandemia do novo
coronavírus, sendo remanejados da noite pro dia, e tendo que assumir outras
atividades. Com a vacinação nas USs, os mesmos servidores estão tendo que
resolver na ponta a falta de planejamento da gestão.
É comum ver longas filas
em áreas próximas aos locais de vacinação.

Já são 20 meses que estamos vivendo em meio à pandemia e somente
agora a Prefeitura convocou os aprovados em concurso de enfermagem. A pandemia
só escancarou um problema que já existia e era crescente. A contratação
temporária de trabalhadores para completar as equipes não resolve a situação.

Terceirização das unidades

O sindicato tem recebido denúncias de servidores sobre a
terceirização das Unidades de Saúde. O que temos visto é que a SMS tem acionado
a Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAS) para assumir a administração dos
equipamentos. A FEAS não era responsável por Unidades de Saúde, apenas
contratava alguns trabalhadores para completar o quadro de funcionários. Mas
isto agora mudou. As USs Pilarzinho, Caiuá e Nossa Senhora da Luz foram
reabertas com administração da FEAS após obras. Os servidores foram remanejados
e a Fundação colocou outros trabalhadores que são contratados pelo Processo
Seletivo Simplificado (PSS). A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boqueirão
também foi reaberta 100% FEAS.

A administração remanejou os servidores que atuavam nas
unidades para outros equipamentos, sem que pudessem escolher o novo local de
trabalho. Isso desorganiza a vida dos trabalhadores que muitas vezes passam a
trabalhar em locais distantes, alterando toda a rotina de vida dos
trabalhadores e de suas famílias.

A administração tem usado a FEAS para avançar na colocação
da iniciativa privada na saúde. Os servidores públicos são retirados de dentro
das unidades diminuindo a resistência para a entrada das Organizações Sociais
posteriormente. Ou seja, a saúde fica livre para ser colocada à disposição
dos interesses privados e do lucro.

Pois, quando a Prefeitura passa a gestão para a fundação,
está adotando as mesmas práticas de empresa privada precarizando as condições
de atendimento e de contratações, já que embora a FEAS carregue o nome de
“estatal” é uma instituição de direito privado. A indicação dos dirigentes da
FEAS fica a cargo da Prefeitura, o que em outras palavras significa que Greca e
seus aliados podem colocar pessoas que garantam o funcionamento da fundação de
acordo com seus interesses.

É preciso fazer concursos públicos para recompor as
equipes da SMS e garantir que a FEAS seja apenas um apoio para os equipamentos
da saúde!

Quem perde com essa desorganização e a falta de
servidores é a população que precisa ficar horas na fila para ser atendida em
locais com aglomeração de pessoas.
Estamos vigilantes e na luta contra a
terceirização e pela realização de concursos públicos.