Em audiência com MPT sindicato denuncia falta de EPIs da FAS e dificuldades estruturais

Nesta segunda-feira (15), o SISMUC esteve presente em mais
uma audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT). Dessa vez, a mediação
entre o sindicato e a Prefeitura ocorreu para tratar do assunto da Fundação de
Ação Social (FAS).

Desde o início da pandemia, os servidores da FAS não têm
sido tratados com o respeito que a linha de frente do combate ao coronavírus merece.
Em últimas denúncias apresentadas, as Unidades de Acolhimento Institucional
Nova Esperança e a Santo Expedito
– que foi transformada em unidade de
isolamento para população de rua durante a pandemia – não tinham máscaras
descartáveis suficientes para troca, nem faceshields para todos.
Além disso,
é importante destacar a ausência da higienização dos veículos que
transportam os usuários com Covid-19.

Como sempre a resposta oficial da Prefeitura é um mundo de
faz de contas! Para eles os EPIs existem aos montes, mas a pergunta é, se
isso é verdade e existem equipamentos em estoque em quantidade suficiente por
que os trabalhadores não tem acesso a eles?
É falta de vontade política, de
capacidade de distribuição ou incompetência da gestão?

E, embora a administração tenha assumido a grande
dificuldade que é atender a população em situação de rua durante uma pandemia,
se desde o início os trabalhadores da FAS tivessem sido ouvidos, a situação
hoje seria muito melhor. É quem atende a população em situação de rua todos os
dias é que sabe das dificuldades que os usuários e os trabalhadores da
assistência social enfrentam, então por que a Prefeitura se nega a dialogar e
ouvir o que os trabalhadores têm exigido?

Não é de hoje, por exemplo, que o SISMUC e o funcionalismo
municipal têm feito denúncias sobre os EPIs inadequados. Os trabalhadores da
FAS, há um ano, têm realizado os atendimentos com máscaras de pano, em
ambientes fechados, colocando a vida de cada servidor em risco.

Além disso, também não é de hoje que os equipamentos da
fundação precisam de enfermeiros e enfermeiras. Os trabalhadores da assistência
social precisam administrar medicamentos para usuários idosos e agora em meio à
pandemia eles são obrigados a cuidar de pessoas infectadas.
Mas sem o
conhecimento e a formação adequada é uma irresponsabilidade da Prefeitura
colocar a responsabilidade da vida das pessoas nas mãos destes trabalhadores.

A população em situação de rua e os trabalhadores da FAS
merecem mais do que respeito, eles merecem viver.

Contra a administração, por
melhores condições de trabalho e pela vida da população

Após a movimentação realizada no último Conselho Municipal
de Assistência Social e no Conselho Municipal de Saúde, os trabalhadores da FAS
se reúnem novamente em um espaço de debate para pensar as mobilizações da
categoria contra a terceirização e pela vacina já!

A Prefeitura alterou os grupos prioritários do plano de
vacinação municipal, deixando a FAS para depois. Na primeira versão do documento, de 14 de janeiro, os
trabalhadores da FAS seriam vacinados logo após os trabalhadores da saúde. No
entanto, o documento foi atualizado no dia 08 de fevereiro, com uma mudança que
garante a vacina para os trabalhadores da FAS somente após a imunização de
todo o grupo de risco.


Por isso, nesta quarta-feira (17), às 19h, os trabalhadores
da FAS se reunirão em um Coletivo para cobrar a vacinação da linha de frente
por parte da administração. Para participar faça uma breve inscrição em:
http://bit.ly/coletivo1703.

Mais uma vez, a Plínio Tourinho

Além das unidades citadas acima, a casa de passagem e Centro de Atendimento à População de Rua (Centro POP) Plínio Tourinho mais uma vez foi assunto da audiência. Além da falta de EPIs, a unidade não tem espaço suficiente para atender a demanda com o distanciamento social necessário entre os usuários, o que coloca em risco a vida deles e dos trabalhadores da unidade.



Toda a higienização da unidade é feita por apenas uma trabalhadora da limpeza, isso em meio à pandemia é um risco enorme, afinal de contas, uma só pessoa não dá conta da higiene e da desinfecção necessária no local.



O número de atendimentos diários das unidades da FAS é enorme e por isso é necessário um cuidado especial com a limpeza dos locais, a readequação do espaço e a contratação de mais trabalhadores, além da valorização dos que estão há anos na fundação. O problema é que embora a administração admita nas audiências que faltam profissionais e estrutura, o que foi feito nos últimos anos para que isso mudasse?



A gestão Greca é uma farsa!