Fala, servidor: demanda e falta de condições levam servidores da US Santa Quitéria 2 à exaustão

A sobrecarga de trabalho está levando servidores da saúde à
exaustão e ao adoecimento. A denúncia de trabalhadores da Unidade de Saúde (US)
Santa Quitéria 2 demonstra o caos vivenciado na unidade, que agora atende à
demanda de três unidades, devido ao fechamento de USs no remanejamento da gestão
durante a pandemia.
O resultado é a falta de trabalhadores e falta de espaço
para atender à alta demanda, além da aglomeração dos próprios pacientes.

O relato dos servidores do local aponta para um cenário que
leva as trabalhadoras e trabalhadores da unidade à exaustão física e
psicológica e ao adoecimento. Faltam equipamentos e insumos para o atendimento
aos pacientes.

Com a alta demanda e capacidade de atendimento insuficiente,
a aglomeração de pacientes é frequente. E a revolta dos usuários também, que
acabam por agredir verbalmente os trabalhadores do local, os quais também são vítimas
do desmonte da saúde pública e do caos vivenciado diante da pandemia.

Uma das dificuldades da equipe é dar conta da distribuição
de medicamentos aos usuários da unidade, afinal, a US não tem sequer
computadores suficientes para dar baixa na entrega de medicação. Com isso, se
forma a fila e a aglomeração de pacientes na entrada da unidade, porque a
equipe não pode deixar todos entraram na US ao mesmo tempo seguindo os
protocolos de prevenção do coronavírus. Mas, enquanto prezam pela segurança
para evitar a propagação da Covid-19, os trabalhadores acabam sofrendo agressão
verbal dos próprios pacientes. Não há nenhuma garantia de segurança para os
trabalhadores do local.

Para tentar reduzir o tempo de espera pelas medicações, a
equipe transformou a sala de vacinas (que atualmente não estão sendo feitas na
unidade) em uma farmácia satélite. No entanto, as condições são precárias: a
sala tem goteiras que não foram solucionadas pela gestão municipal desde muito
antes da pandemia e, agora, os trabalhadores precisam cobrir os medicamentos
com sacos plásticos para não molhar.

Infelizmente, esse não é um caso isolado. Desde o
atendimento básico até urgência e emergência, toda semana chegam denúncias de
situações que levam os trabalhadores ao desespero.
As equipes de saúde estão há
mais de dez meses atuando sob pressão tremenda. É urgente que a gestão tome
medidas para preservar a segurança e a saúde desses trabalhadores da linha de
frente, além de garantir o atendimento adequado à população.