No Dia da Consciência Negra, mais uma vítima fatal do racismo

Na véspera do Dia da Consciência Negra a realidade nos
mostra que o racismo existe e mata todos os dias. João Alberto Silveira
Freitas, um homem negro de cerca de 40 anos, foi espancado e assassinado no
estacionamento do Supermercado Carrefour em Porto Alegre.

No vídeo que circula nas redes sociais, dois homens brancos
identificados como um policial militar temporário e um segurança que, segundo
informações, estariam trabalhando no local, aparecem segurando e espancando
João Alberto. As cenas seguintes já mostram o corpo de João sendo coberto no
chão do estacionamento.

Neste vídeo também aparece uma funcionária do mercado
gravando de perto toda a cena, sem nenhuma tentativa de intervenção em defesa
de João Alberto, ao final, ela ameaça a pessoa que está gravando, numa
tentativa de impedir que o vídeo circule.

Esse é o racismo estrutural. Um trabalhador ou uma
trabalhadora não podem questionar o preço de algum produto no mercado ou andar
tranquilamente na rua sem que suas vidas estejam em risco se a cor da pele for
preta.

Vamos relembrar que em agosto de 2020 um homem morreu
enquanto trabalhava nas dependências do Carrefour, em Recife, e teve apenas o
corpo escondido para que sua morte não atrapalhasse o funcionamento e as vendas
da unidade.

Beto, como era conhecido, é mais uma vítima fatal do
racismo no Brasil

A exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos, a morte de
George Floyd e o movimento Vidas Negras Importam, vários atos estão sendo
convocados em todo o Brasil em resposta ao racismo praticado pelo Carrefour e
pela violência cotidiana enfrentada pela população trabalhadora preta. Em
Curitiba, o ato está previsto para acontecer às 18h, no estacionamento do
Carrefour do Parolin, ao lado do tubo do TRE, na Av. Marechal Floriano Peixoto.

Enquanto houver capitalismo, haverá racismo e todas as
lutas que pretendem uma transformação desse sistema precisam ser lutas
antirracistas.

População carcerária

Hoje, os sindicatos haviam programado a quinta nota sobre o
racismo no Brasil e traria os dados da população carcerária brasileira. De
acordo com o Infopen de 2016, o Brasil ocupa a terceira posição entre os países
que mais encarceram no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China. Do
total de presos brasileiros, 64% são negros. Muitos ainda sem nem ter tido a
chance de um julgamento.

Esses dados revelam queas políticas de encarceramento e
aumento de pena se voltam, via de regra, contra a população negra e pobre.
E isso tem origem
no Brasil colonial e nas políticas racistas que foram sendo construídas desde
então.

Para superarmos o racismo, precisamos de uma prática antirracista!
Todos ao Ato de Boicote ao Carrefour. Usem máscara e mantenham o distanciamento
social.