Câmara garante diálogo antes de votar ajuste fiscal

O presidente da Câmara dos Vereadores, Sérginho do Posto,
recebeu os sindicatos para discutirem as pautas de reinvindicações. Alguns
temas têm despertado a atenção dos trabalhadores: ICS, o IPMC, a data base e
plano de carreira. No momento em que a
gestão Rafael Greca (PMN) sinaliza ajuste fiscal sem apresentar propostas
previamente para os trabalhadores, o legislativo pode ser o fiel da balança.

Na conversa com o legislativo municipal, os sindicatos
destacam que o secretário Vitor Puppi não colocou no orçamento que trata das
dívidas do município o passivo criado desde dezembro de 2016, quando os planos
de carreira do magistério, educação infantil e defesa social, não foram
aplicados. “Ele reconheceu todas as dívidas, inclusive as não empenhadas.
Agora, queremos saber quem será pago por primeiro”, destacou um sindicalista.

O presidente da Câmara, Sérginho do Posto (PSDB), explicou
que o prazo do regime de urgência é de 45 dias e que os sindicatos devem ser
ouvidos. “Nunca foi negado o espaço de debate. A Casa pretende que tenhamos
tempo para fazer o debate. Nós faremos análise profunda ouvindo vocês
(sindicatos) e a prefeitura. A gente não quer trabalhar na pressão”, destacou.

O debate também é o melhor caminho a ser adotado, de acordo
com os sindicatos. A coordenadora jurídica do Sismuc, Adriana Kalckman,
recordou que as direções sindicais também foram eleitas para representar os
trabalhadores e os interesses públicos.
“A gente gostaria de apontar alguns caminhos para essa crise. A
Prefeitura tem grandes devedores. Portanto, que a conta comece a ser cobrada primeiro
dos empresários e devedores ao invés dos trabalhadores”, prioriza.

Sérginho do Posto ainda afirmou que os vereadores ainda
desconhecem o Pacote de Ajuste Fiscal que está sendo preparado pela equipe do
prefeito Rafael Greca. “Ainda não se colocou na pauta ao que será prioridade
neste ajuste anunciado hoje pelo secretário (de finanças Vitor Puppi). Não
sabemos se é um ajuste que trata apenas de servidores, se é fiscal, se ele se
reflete no orçamento”, revela o presidente.

Na discussão com os vereadores, o líder do governo Pier
Petruziello (PTB, afirmou que irá procurar o secretário de governo, Luiz
Fernando de Souza Jamur, para se inteirar das negociações e do ajuste. “Eu devo levar hoje a tarde as reivindicações
ao secretário, que me disse que alguns de vocês já foram recebidos, inclusive
com panelaços”, destacou Pier.

Por outro lado, a vereadora professora Josete (PT) destacou
que é necessário ir além do debate e não se limitar ao prazo que prevê o regime
de urgência. “Existe o regime de urgência da Câmara Municipal que abre mão de
pareceres jurídicos e das comissões. A gente sabe que em outros momentos isso
aconteceu na Casa. Acho que cabe a nós não adiantar prazos e gerar terra
arrasada. Isso depende só de nós”, defendeu a vereadora.

Assembleia

O Sismuc convoca os servidores municipais para assembleia
geral no dia 7 de março. O objetivo do encontro é discutir a campanha de lutas,
as mudanças no IPMC e o ajuste fiscal que deve ser proposto pelo prefeito
Rafael Greca. O local da assembleia geral ainda será definido.