Seminário discute rumos da previdência no Brasil

A previdência social é uma mina de ouro para os governantes.
Com o caixa sempre abastecido, ela é utilizada como bode expiatório pelos
políticos para elevar impostos ou mudar sua forma de financiamento. Todavia,
seja no INSS, seja em institutos próprios, a transparência dos recursos sempre
deixa a desejar.

Um grande conflito em torno de fundos de pensão que dá
dimensão de sua importância ocorreu em 2015. Em 29 de abril, sobre forte
repressão policial contra servidores estaduais, o governador Beto Richa (PSDB) conseguiu
aprovar mudanças no financiamento do ParanáPrevidência. O episódio conhecido
como Massacre do Dia 29 de Abril revelava a ânsia de governantes em pôr as mãos
em recursos que foram acumulados pelos servidores públicos. Sob o argumento de que o estado vivia crise
financeira e fiscal, Beto Richa conseguiu mudar a forma como o governo do
estado repassava verbas para os fundos, além de promover saque que passou de R$
1 bilhão.

O gesto de Beto Richa foi repetido na capital paranaense, só
que sem violência. O prefeito derrotado na última eleição Gustavo Fruet (PDT)
deixou de fazer repasses ao Instituto de Previdência Municipal de Curitiba
(IPMC) em 2015. O dinheiro dizia respeito ao aporte financeiro que deve dar “saúde
financeira” no futuro. Após o calote, Fruet conseguiu aprovar na Câmara Municipal
o parcelamento da dívida de R$ 210 milhões em sessenta vezes. Ou seja, até 2021.
O que ele fez com os recursos que depositou nunca ficou claro para os
servidores municipais, “donos” desse dinheiro.

Mais recentemente, no Rio de Janeiro, o governador Luiz
Fernando Pézão (PMDB) tenta aumentar impostos e a alíquota dos servidores
estaduais para garantir a “saúde financeira” da previdência. Em entrevista à
Globo News, o governador admitiu que a alíquota do desconto previdenciário pode
ficar em 14% no estado. Segundo ele, não é a solução, mas o governo pode
respirar. O projeto enviado pelo governo que previa aumento de até 30% foi
devolvido pela Assembleia Legislativa. Por outro lado, o governador é criticado
por querer sacrificar a população e os servidores, uma vez que não age
politicamente contra isenções fiscais. De acordo com o Tribunal de Contas do Estado
do Rio de Janeiro, foi deixado de arrecadar mais de R$ 138 bilhões entre 2008 e
2013. Desse montante, a renúncia de joalherias chegou a R$ 230 milhões.

A tática de escolher quem vai pagar pela crise é a mesma
utilizada no Planalto. Após a PEC da Maldade, o presidente não eleito Michel
Golpista deve encaminhar ao Congresso Nacional a Reforma da Previdência. Nela, os
ricos e o capital financeiro seguem sendo poupados enquanto os trabalhadores
pagam a conta. Para o Dieese, a proposta
visa aumentar a aposentadoria para acima de 65 anos. Além disso, pretende
acabar com os regimes próprios de previdência pública. O truque de Golpista é incluir
nos gastos da Previdência as
aposentadorias e pensões pagas aos servidores públicos. Mas, na verdade, estes
estão em outro sistema, com orçamento próprio.

A escolha do governo é clara: beneficiar os ricos. Tanto que
o Dieese pede o fim ou a revisão das
desonerações previdenciárias das empresas. Em 2015, essas facilidades retiraram
R$ 62 bilhões da Previdência. Outra questão não cobrada pelo governo federal
são os caloteiros. Atualmente, segundo o estudo, há uma dívida de R$ 374,9
bilhões – não resultante de isenções, mas de contribuições simplesmente não
pagas.

Seminário da Previdência

São esses os cenários que o “Seminário sobre previdência social” deve se debruçar. O seminário, organizado pelo Sismuc, discute a proposta de mudança na legislação previdenciária e os riscos eminentes de perda de direitos conquistados ao longo dos anos de lutas da classe trabalhadora.

O seminário aborda o déficit ou superávit da Previdência Social e a aplicabilidade dos recursos deste fundo do governo, a fim de desmistificar o mito de insustentabilidade da Previdência Social.

Agenda

19 de novembro – 14 às 18 horas

Ludimar Rafanhim – especialista em previdência

Advogada Dra Clair – ONG Auditoria Cidadã

Sismuc – Monsenhor Celso, 225 2º andar

As vagas limitadas

Confirmação por telefone: 3322-2475