Sindicatos cobram conflito de interesses na presidência do IPMC

O fundo de previdência dos servidores municipais de Curitiba
segue sendo alvo de polêmicas entre os sindicatos e a gestão Gustavo Fruet. A
última delas questiona a saída do presidente do Instituto de Previdência
Municipal de Curitiba (IPMC), Wilson Luiz Pires Mokva, e a possibilidade de que
a gestão faça saques do fundo sem a concordância dos trabalhadores. A dúvida
cresce na medida em que a gestão deixou de fazer repasses no passado recente.
Além disso, as entidades apontam como inapropriada o acumulo de cargos
ocorridos no fim de gestão.

Os sindicatos municipais se reuniram com a presidente do
IPMC, Meroujy Cavet, que acumula o cargo de secretária de Recursos Humanos. A
reunião ocorreu após envio de ofício em que as entidades cobravam explicações
sobre a mudança de gestão no Instituto no fim de governo. Foi pedido também esclarecimentos
sobre possível processo de auditoria no fundo. A suspeita é de que a gestão
pudesse fazer saques sob a alegação de que ela fez aportes financeiros
indevidos. Tanto é que os sindicatos protocolaram o ofício 84466-1/13 no
Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Durante a reunião, a presidência negou qualquer saque
indevido. O IPMC informou que a secretaria municipal de Finanças realiza
auditoria no fundo e que “quaisquer decisões serão tomadas somente se
fundamentadas legalmente”. Contudo, em 2015 e 2016, a gestão primeiro deixou de
fazer aportes ao IPMC e somente depois aprovou uma lei na Câmara Municipal
parcelando em 60 vezes a dívida superior a R$ 200 milhões.

Durante a reunião, Sismuc, Sismmac, Sigmuc, Sindifisco e
Sindicamara também questionaram sobre a devolução financeira que o IPMC fez à
Prefeitura. O valor chegou a R$ 51 milhões. A presidência alega que a verba foi
depositada “indevidamente”.

Autonomia e
transparência

No encontro ocorrido ontem (27), a nova presidente alegou
que a saída do ex-presidente Wilson Luiz Pires Mokva ocorreu a pedido dele.
Meroujy disse que Mokva pretendia se dedicar mais ao Instituto Curitiba de Saúde,
onde também é presidente. No entanto, ele também foi desligado do cargo do ICS.
“Para o Sismuc, está faltando clareza da gestão ao explicar porque houve a
saída nos dois institutos”, comenta a coordenadora geral Irene Rodrigues.

Ata reunião extraordinária IPMC 27/10