Foto: Lucilia Guimarães /IPPUC
A Conferência Municipal de
Curitiba (ComCuritiba) ocorreu na última semana com o objetivo de debater e propor
políticas públicas voltadas ao futuro da cidade. Seis representantes da
Diretoria do Sismuc participaram do evento, considerado um espaço importante para
avaliação das demandas e problemas da capital e para discussão de novas ideias que
possam modificar essa realidade.
Representando o Sindicato,
participaram os coordenadores de Administração, Giuliano Gomes; de Assuntos
Jurídicos, Adriana Kalckmam; de Juventude, Juliana Mildemberg; de Saúde do
Trabalhador, Antônia Ferreira; e de Movimentos Sociais, Casturina Berquo. Ao
fim do evento, Casturina foi eleita delegada para representar a capital do
Paraná na etapa Estadual da Conferência, que ocorrerá em março de 2017.
Debates propostos
Orientada sob cinco eixos
temáticos propostos pelo Ministério das Cidades, a ComCuritiba debateu os
seguintes temas: habitação; espaços públicos e mobilidade; desenvolvimento
econômico; gestão democrática; e conflitos relacionados ao desenvolvimento
urbano. No caso específico de Curitiba, também houve debates em torno da Lei de
Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo que está em processo de revisão.
Casturina avalia que o evento foi positivo porque havia muitos participantes da sociedade civil, mas coloca o problema da paridade, que comprometeu a construção de um debate efetivamente crítico e transformador. “Eu vejo alguns atos falhos na ComCuritiba, e o principal deles está na proporção de participantes: 70% deles faziam parte da gestão da prefeitura, enquanto apenas 30% era composto pela sociedade civil”, pontua a coordenadora. Esse arranjo acabou prejudicando o caráter democrático do debate, já que comprometeu a participação dos cidadãos desvinculados do poder público. |
Outro problema apontado por Casturina é a ausência de um texto-base para a Conferência, material elementar para organizar as discussões. “Além disso, os debates foram orientados segundo perguntas já elaboradas pela própria gestão da Prefeitura. Não havia possibilidade de sugerir outros questionamentos”, destaca. |
A impressão entre os
representantes do Sismuc é que o evento teve, sobretudo, o propósito de cumprir
agenda. Realizar o ComCuritiba é parte de uma determinação do Ministério das
Cidades, como uma primeira etapa da Conferência Nacional das Cidades, que
ocorrerá em Brasília no próximo ano. “Agora, como delegada, vou acompanhar a
etapa Estadual e levar as demandas da comunidade e da classe trabalhadora para
que seja, de fato, possível avançar nas conquistas”, conclui a coordenadora.
Eu vejo alguns atos falhos na ComCuritiba, e o principal deles está na proporção de participantes: 70% deles faziam parte da gestão da prefeitura, enquanto apenas 30% era composto pela sociedade civil.