Greve da saúde enfrenta judicialização no segundo dia

Mesmo com a definição junto à
Prefeitura sobre a manutenção do quadro de 20 por cento de funcionários que permanece
trabalhando, a opção da Prefeitura foi pela judicialização da greve no seu
segundo dia.

A juíza Denise Hammerschmidt considerou
a greve da categoria ilegal e abusiva. A notificação recebida pela entidade
sindical determina o retorno imediato dos servidores ao local de trabalho,
podendo sofrer descontos pelos dias paralisados. O argumento é de que a greve ofende
“direitos fundamentais à vida e a saúde”.

Para a coordenadora-geral do Sismuc,
Ana Paula Cozzolino, a sobrecarga e falta de profissionais já são uma constante
na vida dos servidores. Tudo poderia ter sido motivo de negociação com a
Prefeitura, mas a opção foi pela judicialização.

“Essas más condições de trabalho já foram informadas ao Ministério Público, mas a atual gestão prefere levar à Justiça
ao invés de cumprir os compromissos e negociar com os trabalhadores e
trabalhadoras. Esta é a gestão democrática que vivemos em Curitiba”, lamenta
Ana Paula.

Ontem, servidores definiram em
assembleia pela manutenção do movimento grevista, em face de não haver garantia no
pagamento dos vencimentos em atraso.

A coordenação do Sismuc defende
que a atitude da Prefeitura e do Judiciário desconsidera as más condições de
trabalho oferecidas aos servidores e o grave não cumprimento dos pagamentos.
Além disso, a decisão judicial é contrária ao próprio direito de greve do
servidor, que tem garantia constitucional. 

“É uma ofensa ao direito de
greve. Mais abusivo e ofensivo são fotos de gravuras que deturpam uma situação
no site oficial, além de a gestão não pagar o que deve. Abusiva é a gestão
que não cumpre o mínimo estipulado por eles mesmos. Mantivemos os 20% (de
trabalhadores em atividade)”, afirma Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc.