O Festival de teatro que você não vê

Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo. Curitiba respira o 24o Festival de Teatro. Mais
de 400 espetáculos serão apresentados até o dia 5 de abril. Contudo, nenhum
deles tem em seu palco o estilo farsesco com que os servidores da Fundação
Cultural de Curitiba estão sendo tratados. Esses trabalhadores já apresentaram,
em 13 de janeiro, um estudo solicitando a reformulação da carreira. Contudo, a
Prefeitura de Curitiba vem adianto sua estreia na discussão.

O estudo que solicita a reformulação da carreira foi
elaborado por uma comissão no Sismuc em reuniões que ocorrem desde setembro de
2014. Na pauta, os trabalhadores reclamam do acúmulo de função. Eles solicitam mudanças
no descritivo de função e na nomenclatura para adequar a atividade. A categoria
defende o modelo de Plano de Carreira semelhante ao que foi aprovado pelos
Professores de Educação Infantil. Também reivindica regime de urgência para o
debate e aprovação desse plano e um organograma para a FCC.

Por outro lado, a Prefeitura de Curitiba tem faltado aos ensaios.
Após a entrega do estudo em janeiro à Secretaria de Recursos Humanos, o
compromisso da gestão era apresentar uma proposta até a primeira quinzena de
fevereiro. Isso não aconteceu. Foram duas tentativas frustradas de reunião nos
dias 5 de março e 25 março. Em ambas a gestão não subiu no palco.

E como a reestruturação da carreira não é monologo, os
servidores da FCC cobram a presença da gestão no teatro da vida real, como
explica Adriana Claudia Kalckmann, coordenadora do Sismuc: “A gestão sabe que é
personagem principal dessa peça. Chega de encenação. O coletivo já está
discutindo formas de apresentar à população o descaso que vem sofrendo e será em
breve”, comenta.