A greve dos educadores tem nova data. Devido aos feriados e datas comemorativas no início de novembro, os servidores decidiram alterar a data da greve geral dos educadores para o dia 26 de novembro. Antes, no dia 21, uma nova assembleia está marcada para organizar a mobilização. No dia 14, data inicialmente marcada para a greve, será feita uma paralisação de 50 minutos nos cmeis, com uma nova panfletagem alertando os pais para os problemas na educação infantil. No dia 20 de novembro, será realizado uma manifestação com educadores e pais na Praça Santos Andrade, a partir das 9h.
De acordo com a servidora Vera Lúcia de Souza, do Cmei Monteiro Lobato, na Regional Pinheirinho, os pais estão acompanhando os problemas dentro das salas de aula e apóiam a luta dos trabalhadores. “No nosso cmei temos sofrido muito com a falta de funcionários. Teoricamente nosso quadro está completo, mas sentimos falta de pelo menos três educadores. Os pais estão do nosso lado e também buscam qualidade na educação”, afirma.
Os servidores reuniram-se na manhã de terça-feira (22) com a Secretaria de Educação para discutir a pauta de reivindicações da categoria, que tem como base a isonomia com o magistério: a democratização da gestão com eleição de diretores, reposição de educadores em afastamentos prolongados, concurso público, cumprimento da lei da hora-atividade, garantia do dimensionamento adequado em sala e equipe de educadores volantes.
Em mesas anteriores, a Prefeitura havia se comprometido a debater a redução de carga horária. Na reunião de ontem, quis voltar atrás deste compromisso assumido. Em relação à aposentadoria especial, afirmou estar encaminhando, mas não apresentou datas para a implantação. Até o dia 2 de dezembro será realizado um novo edital para concurso público, mas sem número de vagas, não garantindo o cumprimento da hora-permanência e condições de trabalho no atendimento às crianças.
Com mais de 70% dos educadores com formação em nível superior, a Prefeitura nega a eleição para direção dos cmeis, também descumprindo promessas feitas anteriormente e desvalorizando os educadores. "As mobilizações ao longo dos últimos meses surtiram efeito, mas apenas em novo concurso público, sem a garantia que a falta de educadores será suprida. Desta forma, temos que nos organizar para avançar muito mais e ter efetivamente respostas concretas referentes às nossas pautas", alega Alessandra Oliveira, coordenadora do Sismuc.
Para Juliano Soares, coordenador do Sismuc, as respostas não foram satisfatórias. “A partir de agora, as mobilizações vão se intensificar. Serão feitos materiais informativos e o diálogo com a população será constante para mostrar os problemas da educação em Curitiba, que são de conhecimento do prefeito Gustavo Fruet. A gestão já teve tempo suficiente para efetivar as promessas de campanha, mas até agora nada foi resolvido. No dia 26 estaremos paralisando as atividades. Só depende da administração municipal evitar essa greve, valorizando a educação infantil e atendendo a pauta dos educadores”, aponta.