Prefeitura paralisa negociações dos planos de cargo

Presidente do Sismuc rechaça descaso da gestão Richa e Ducci para com os servidores

A implantação dos novos planos de cargos, carreiras e vencimentos da guarda, da fiscalização, do Suas e do SUS, continuam sendo uma incógnita para os servidores municipais. No ano passado, pouco antes do início das campanhas eleitorais, o então prefeito Beto Richa, por meio de seus secretários, havia se comprometido a negociar os novos planos com os sindicatos e implantá-los até o final de 2010. Passados quase dois meses do prazo estipulado, os segmentos permanecem na mesma.

“Boa parte do que foi discutido nas reuniões realizadas ano passado, permanece em suspenso, porque a prefeitura não está disposta a negociar efetivamente”, explica Marcela Alves Bomfim. “Juntamente com uma asessoria técnica do Diesse e dos próprios trabalhadores que conhecem a realidade do seu local de trabalho, o Sismuc tem procurado desenvolver propostas, mas nenhuma foi aceita até agora”.

Um dos argumentos principais utilizados pela prefeitura é de que um novo plano precisa de um estudo do impacto financeiro, já que os servidores seriam reenquadrados em novas tabelas salariais. Porém, nas reuniões do ano passado os representantes da secretaria de recursos humanos haviam informado que este levantamento já estava sendo realizado.

Na última reunião para debate do assunto especificamente na guarda (a última, das duas realizadas este ano), foi informado aos diretores do Sismuc que uma empresa de consultoria havia sido contratada para realizar este estudo. E, mais, que os servidores teriam de esperar mais 90 dias para que um resultado pudesse ser apresentado.

“A gestão de Richa e Ducci, acha que os servidores são palhaços. Vem ano, sai ano, continuamos sem respostas e sem a devida valorização. Por outro lado, eles procuram dizer que estão abertos ao diálogo. Isto é típico de uma gestão que quer se passar por democrática, mas que na verdade atua contra o sindicalismo e contra os trabalhadores”, afirma Marcela.

Segundo ela, os recursos financeiros necessários para a valorização dos servidores poderiam existir, apesar da constante reclamação dos gestores por falta de dinheiro. “Basta administrar melhor o dinheiro público, que os recursos aparecem. Além disso, não há melhor investimento do que aquele que é feito no trabalhador. Servidor satisfeito é serviço bem feito”, conclui.

Em notícia publicada na página da prefeitura, no último dia 21, diz-se que os sindicatos teriam sido convidados a participar de uma reunião com a presença da empresa e de técnicos da secretaria, que seria realizada naquele dia. O Sismuc e o Sismmac informaram, na sexta-feira passada que não poderiam comparecer a este reunião, devido a outros compromissos, conforme ofício 157/2011. O convite para esta reunião havia sido feito apenas 4 dias antes.

“O Sismuc defende que as negociações dos planos ocorram de forma democrática, ou seja, em mesas de negociação, com a participação das comissões eleitas em cada segmento. Debater esse assunto com uma consultoria não é nosso papel. A prefeitura não precisa da nossa opinião para posar de democrática. Eles já sabem há muito tempo o que defendem os trabalhadores”, finaliza Marcela.