Comitiva do sindicalismo cutista garante política permanente de valorização
As insistentes tentativas do movimento sindical brasileiro cutista em aumentar o valor do salário mínimo, acima do que vinha sendo apresentado pelo governo federal, não foram suficientes para mudar a opinião dos deputados. Mobilizados, na semana passada, dirigentes de sindicatos, confederações e da CUT, estiveram em Brasília, a fim de pressionar pelo mínimo de R$ 580. O valor aprovado, no entanto, ficou mesmo em R$ 545.
Uma das presentes foi a diretora do Sismuc e da Confetam Irene Rodrigues, que representou os servidores públicos municipais em todo o Brasil. Percorrendo os gabinetes e corredores do Congresso Nacional, eles queriam a garantia também de uma política de valorização permanente do salário mínimo. Este é uma das questões em que houve avanço. Repetindo o que havia ocorrido durante o governo Lula, foi assinado compromisso de manter o crescimento do valor do mínimo, de acordo com o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), além da correção da inflação.
“Este foi o primeiro debate da classe trabalhadora com o novo congresso e com o novo governo. Isto é importante, mas é preciso continuar a mobilização”, diz Irene. Para ela, os servidores públicos também são parte interessada neste debate. “Há casos na prefeitura de Curitiba, por exemplo, que ganham abaixo do salário mínimo e necessitam de uma complementação. O aumento do salário mínimo expõe o tratamento perverso dado aos aposentados no serviço público municipal curitibano e serve de exemplo de como se constrói democraticamente as negociações”, completa.
Outro ponto importante desta jornada de lutas foi a conquista de compromisso do governo federal de que a tabela do imposto de renda será novamente corrigida. O que vem sendo reivindicado é a correção da tabela para 2011 em 6,47%, que foi o índice de inflação do ano passado, a corroer os salários dos trabalhadores. Desta forma, aumenta-se o teto de isenção. Há também uma luta pela mudança nos percentuais do imposto, a fim de garantir uma redução dos valores pagos por quem ganha menos e o aumento sobre quem ganha mais.