05/08/2009 – 11:35
Os delegados do 10º Concut realizam, agora pela manhã, a leitura e debate das emendas do regimento interno do congresso. O documento estabelece as regras para os trabalhos, visando a aprovação do texto-base, onde constam as diretrizes e principais ações a serem aplicadas pela CUT nos próximos anos.
Ontem (4), à noite, foi realizado o ato de abertura pública do congresso. Além dos delegados, estavam presentes a diretoria da CUT e das regionais, representantes de centrais sindicais de outros países, ministros do governo federal, deputados e coordenadores de movimentos sociais do MST, da UNE e da Marcha Mundial das Mulheres.
As falas iniciaram com o secretário geral da CUT Quintino Severo, que abriu o congresso, e foram encerradas pelo atual presidente da central e mais cotado para a reeleição Arthur Henrique. Os avanços conquistados durante o governo Lula e a necessidade de manter uma linha propositiva para o governo e para a sociedade foram ressaltados pelos dirigentes. Um dos exemplos citados é o projeto de lei de redução da jornada de trabalho, no Brasil, de 44 para 40 horas semanais. A proposta está em debate no Congresso Nacional e é resultado de uma luta histórica da CUT. Segundo o deputado Vicentinho, ex-presidente da CUT, o próximo passo para que a redução da jornada se torne realidade é a inclusão do projeto na pauta da Câmara dos Deputados, a partir da aprovação de um “requerimento de urgência”, já assinado pela maioria dos partidos. “Com o requerimento fica mais fácil votar, porque ele tem o mesmo poder de uma medida provisória. Esperamos votar ainda em agosto a primeira votação”, diz.
A crise capitalista mundial também esteve no centro dos debates. Dentre as intervenções de maior destaque estava a de João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST. Ele apontou a necessidade de construção de um projeto popular no Brasil, visando a reforma agrária e investimentos para que se garantam direitos aos trabalhadores. “Temos que fazer frente ao modelo neoliberal com o modelo da agricultura familiar, com o mercado interno e com técnicas agroecológicas”, diz ele. “Me alegra essa visão do presidente da CUT, de que o essencial, nesse momento de crise, é nós discutirmos projeto, porque só eleger o governo a nosso favor é insuficiente”, finaliza Stédile.
Uma homenagem ao ex-diretor da CUT José Olívio, falecido no ano passado, também foi realizada durante a abertura. Além de emprestar o nome ao congresso, ele foi lembrado por amigos, como o ex-presidente da CUT Jair Meneguelli e parentes.
Imprensa Sismuc