04/08/2009 – 16:20
No segundo dia do Congresso Nacional da CUT (4), foi dada continuidade ao seminário “Crise e estratégias sindicais” iniciado ontem. Participaram da mesa o secretário geral da Confederação Sindical das Américas (CSA) Victor Baez (México), o coordenador de políticas sociais e econômicas da Confederação Sindical Internacional (CSI) Kouglo Lawson Body (África) e, por meio de teleconferência, a presidente da CSI Sharan Burrow (Bélgica).
Em todas as análises o que transpareceu é a identificação de um processo de pauperização dos povos em todo o mundo, como resultado da crise econômica que afeta os países. A redução de custos com o trabalho e o corte de investimentos sociais surgem como reflexos de um sistema excludente, como é o capitalismo. Em sua análise, Sharan citou as dificuldades para o sindicalismo em todo o mundo, sobretudo, devido ao mercado globalizado. A transferência de capitais em busca de mercados mais rentáveis tem resultado em redução de direitos para os trabalhadores dos países ricos e no aprofundamento da precarização das condições de trabalho em países pobres, segundo ela.
Já o continente mais pobre do mundo, a África, reflete problemas ainda maiores diante da crise. Economias altamente dependentes das exportações são afetadas com a redução de consumo dos países ricos e com a transferência de capital financeiro. Body lembra que com menor capacidade de investimentos, o mercado africano tende a reduzir os empregos formais e com ele os níveis de sindicalização, o que dificulta a organização dos trabalhadores por direitos.
Victor Baez propôs a retomada das políticas para investimentos em proteção social como forma de garantir direitos sociais e estabilidade nos empregos. Em sua opinião, os sindicatos devem se envolver na luta pelo “trabalho decente”, incluindo os grupos mais expostos como migrantes, mulheres e negros. A troca de experiências entre diferentes sindicatos e a difusão de informação passam a ser, para ele, elementos importantes para avanços sociais.
Ainda hoje está previsto o ato de abertura pública do 10º Concut, a partir das 19h30. Nos demais dias a programação inclui conferências, mesas redondas, debates e votações. Atividades culturais também estão previstas. Além de feiras de livro e exposições, serão exibidos vídeos sobre diferentes temas durante o congresso.
Imprensa Sismuc