Curitiba submersa

Hoje, Curitiba ficou debaixo d’água. CMEIs, escolas, unidades de saúde e inúmeras casas em diversos bairros e regionais da cidade foram tomados pela enxurrada. A água invadiu tudo, transformando ruas em rios e lares em cenários de desespero. Milhares de famílias, servidores públicos e crianças – nossos curitibinhas – enfrentaram um dia de caos, medo e incerteza.

Nos CMEIs, cenas que jamais deveriam acontecer: professoras de educação infantil transformaram-se, ainda mais, em heroínas, correndo contra o tempo para salvar móveis, brinquedos e, acima de tudo, garantir a segurança das crianças. Em meio ao desespero, ergueram os pequenos sobre as mesas onde, em dias normais, eles se alimentam e brincam. Nem mesmo as unidades de saúde escaparam. Postos de atendimento, que deveriam ser refúgios de cuidado, também foram tomados pela água.

E não, isso não é novidade. Em muitos lugares, não é a primeira vez que acontece. E, infelizmente, com as mudanças climáticas se intensificando, eventos como esse – chuvas torrenciais, alagamentos, calor extremo – tendem a se tornar cada vez mais frequentes. Já vínhamos alertando sobre isso. Mas a pergunta que ecoa hoje, mais forte do que nunca, é: o que está sendo feito para evitar que as pessoas sofram?

Curitiba, conhecida como cidade inteligente, falha em proteger seus cidadãos. Onde estão os planos de contingência? Onde estão as ações efetivas para mitigar esses problemas? A Prefeitura de Curitiba precisa responder: o que está sendo feito para evitar que famílias percam tudo, que crianças tenham que ser resgatadas de cima de mesas, que pacientes fiquem desassistidos em meio a alagamentos?

As mudanças climáticas são uma realidade, mas a falta de preparo e prevenção é uma escolha. Enquanto isso, quem paga o preço são as pessoas. Pessoas que perderam seus pertences, suas casas, sua sensação de segurança. Pessoas que hoje estão desabrigadas, desamparadas e sem saber se amanhã será diferente. Pessoas, que em dia de sol escaldante, penam e não conseguem ter o mínimo de conforto, inclusive os servidores públicos, que precisam estar em locais fechados, em meio a temperaturas de 39° C.

Chega de promessas vazias. Chega de discursos. Curitiba precisa de ações concretas, de planejamento urbano eficiente, de investimento em infraestrutura e de políticas públicas que coloquem a vida das pessoas em primeiro lugar.

As imagens que vemos hoje não são apenas de uma cidade alagada. São de uma cidade que clama por respeito e dignidade. É hora de agir. É hora de cobrar. É hora de garantir que dias como esse não se repitam.

Curitiba merece mais. Suas pessoas merecem mais.

Nota de apoio do SISMUC ao Sindipetro

O SISMUC manifesta seu total apoio e solidariedade aos trabalhadores organizados no Sindipetro PR e SC, que, após 16 assembleias, deliberaram pela Greve Nacional de Advertência de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, 26 de março. A mobilização dos petroleiros

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