Unidades de Saúde com salas de vacinação onde a temperatura ambiente passa dos 30 graus, turmas nos CMEIs pouco arejadas, com apenas um ventilador funcionando, tornando a sala extremamente quente para professoras e crianças. Essa é a realidade enfrentada pelos servidores públicos de Curitiba em uma semana em que a onda de calor já provocou recordes de temperatura.
Desde o ano passado, em que 2024 foi registrado como o ano mais quente de toda a história, a falta de climatização nos locais de trabalho foi debatida pelo SISMUC em mesas de negociação com a Prefeitura. Porém, mais um verão chega em seu ápice de temperatura com os servidores padecendo com o calor sufocante durante o serviço.
“Calor insuportável na UBS Santa Felicidade. Uma demanda grande de atendimentos, até os próprios usuários estão passando mal. A sala de vacina e farmácia chegam a 32°C. Insuportável a sensação, difícil para os usuários e servidores”, denuncia um servidor, afirmando que os consultórios e salas recebem luz do sol diretamente e não possuem ventiladores.
Outra denúncia que chegou ao SISMUC é quanto à falta de comprometimento da gestão municipal na entrega de climatizadores. “Trabalho na odontologia e não recebemos o climatizador prometido. Temos apenas um circulador de ar em péssimo estado. Usamos diversos EPIs, essa semana está insuportável trabalhar com avental impermeável, gorro, máscara e face shield”, manifesta a servidora que atua na UPA Sítio Cercado.
Segundo uma servidora lotada na US Cajuru, este é o segundo ano que solicita os ventiladores e a unidade ainda não recebeu. “Os setores não têm ventilador, nem circulador de ar. O ar condicionado da odonto está estragado. Os servidores que podem, trazem ventilador de casa.”
Nas escolas a realidade não é diferente. As salas que possuem ventilador não dão conta do calor e a situação ainda é mais grave para os inspetores, que ficam no pátio, onde não há nenhum tipo de climatizador para aliviar a sensação térmica.
Infelizmente, a cada ano sentiremos mais e mais os efeitos das alterações climáticas que estão acontecendo no planeta. O assunto não é bobagem e, ao contrário do que muitos podem pensar, impacta diretamente nas condições de trabalho. Afinal, as altas temperaturas podem afetar o sistema cardiorrespiratório, o organismo desidrata mais rápido e podem causar cansaço, queda de pressão e fraqueza.
Diante desse cenário preocupante, o SISMUC reforça a urgência de medidas efetivas para garantir condições dignas de trabalho para os servidores públicos. A climatização adequada dos ambientes não pode ser tratada como luxo, mas sim como necessidade básica para a saúde e o bem-estar de trabalhadores e da população atendida. Além disso, é fundamental que a gestão municipal apresente uma solução, considerando que as ondas de calor tendem a se tornar cada vez mais frequentes e intensas.