Prefeitura cria Plano Municipal de Esporte e Lazer com aumento no número de vagas e modalidades para a população; SISMUC sinaliza a necessidade de concurso público

No final do último novembro, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou o Plano Municipal de Esporte e Lazer, um projeto da gestão municipal com 25 metas para serem cumpridas até 2032. 

As informações da Câmara Municipal de Curitiba destacam que o Plano, em vigor na Lei 16.433/2024, faz o diagnóstico das atividades físicas na cidade e inclui metas como a ampliação em 10% da participação de idosos em práticas de atividades físicas, o apoio em treinamento e competição a pelos menos 20 jovens talentos esportivos locais por ano e a criação de um fórum de coordenação esportiva, que reúna representantes do poder público, organizações locais e federações.

Para Rodrigo Fernando Bunese, orientador de esporte e lazer e integrante da direção do Sindicato, o que chama atenção nisso é que o Plano cita aumentar o número de atividades e o número de pessoas atendidas, mas não cita a realização de concurso público. “Então, eu posso ter 100 pessoas atendidas com uma modalidade e, de repente, cria-se duas modalidades diferentes. Porque, em nenhum momento nesse plano fala sobre concurso público, né?”, salienta. 

De acordo a Prefeitura, a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) possui 310 servidores, porém, conta com apenas 111 orientadores de esporte e lazer, número bem abaixo dos 261 exigidos por lei. 

O Plano também tem como diretriz criar parcerias com a sociedade civil para ofertar novas modalidades. Para Rodrigo, essa medida é uma forma que a gestão municipal encontra para tapar o buraco da falta de profissionais, pois acaba contratando voluntários sem formação ou com uma formação específica.“Ou seja, eles querem dar um jeito, como acontece em vários equipamentos, principalmente com atividades de lutas, que eles abrem espaço para os voluntários darem aula, com pessoas muitas vezes sem formação. Então, é complicado, né? Querer ampliar e não ter o ingresso de novos profissionais, isso acho que é o que chama mais atenção.”

Condições dos equipamentos

Outro ponto do Plano é em relação à implementação de um programa de manutenção para garantir que 90% dos equipamentos estejam em condições operacionais durante todo o ano. 

É fundamental que este ponto seja aplicado, principalmente, nas unidades que recebem um maior número de usuários. Além disso, a Prefeitura deve criar um planejamento para reformar alguns equipamentos mais antigos, que não possuem as condições adequadas. “Nos equipamentos menos populares, que nem no que eu trabalho, não tem nem pessoa da limpeza. Tem uma pessoa da limpeza que é dividida entre vários equipamentos, então é normal ter insetos, banheiros sujos. Então, dizer que vai ter 90% dos equipamentos em boas condições não supre a necessidade”, finaliza Rodrigo. 

Entretanto, fica o questionamento: e as demais ações previstas para serem ampliadas ou implementadas, como o Lazer no Parque, quem ficará responsável? Será mais uma tarefa atribuída aos orientadores de esporte e lazer, que já trabalham com um número insuficiente de profissionais, ou a gestão pretende buscar soluções que realmente valorizem o serviço público e os trabalhadores?